Profissões do passado: do acendedor de lampiões ao cocheiro, do juiz de paz ao inspetor de quarteirão. Onde estão esses profissionais hoje?



Ao analisar a realidade do Brasil, é possível constatar que algumas profissões que já tiveram seu auge em determinada época, hoje em dia, praticamente não existem mais. Um exemplo disso é o Acendedor de Lampiões, descrito de forma poética por Jorge de Lima como aquele que “parodia o sol e se associa à lua”. Durante o século XIX, esses profissionais tinham a tarefa diária de acionar a chama das luminárias, iluminando as ruas durante as noites.

Os Acendedores de Lampiões iniciavam seu trabalho no final da tarde, utilizando uma vara especial com esponja na ponta. Ao amanhecer, eles apagavam as lâmpadas, limpavam os vidros e reabasteciam as luminárias, quando necessário. Porém, com a chegada da família real ao Brasil, veio também a introdução de carruagens, coches e cabriolets, veículos que eram utilizados pelas classes mais abastadas. Para a maioria dos brasileiros, a única maneira de ter acesso a esses novos meios de transporte era se tornar um Cocheiro.

Nas décadas seguintes, a profissão de Cocheiro foi se expandindo com o surgimento de alternativas de deslocamento, como veículos coletivos e carroças. Os Cocheiros passaram a ser uma presença constante em todas as partes da cidade. Ao mesmo tempo, surgiu a figura do Juiz de Paz, que tinha um mandato semelhante ao dos vereadores e possuía atribuições judiciárias e policiais no bairro onde vivia. Era responsabilidade do Juiz de Paz indicar o Inspetor de Quarteirão, que era encarregado de manter a ordem e paz na região onde residia.

O Juiz de Paz tinha autoridade para conceder passaportes, realizar exames de corpo de delito e tomar conhecimento de novos moradores em sua jurisdição. Já o Inspetor de Quarteirão era uma autoridade próxima às casas, responsável por zelar pelo bem-estar de todos que viviam na mesma quadra. Eles precisavam ter mais de 21 anos e saber ler e escrever, algo raro naquela época.

No entanto, com o advento da energia elétrica, os Acendedores de Lampiões desapareceram. Os Cocheiros foram substituídos por Motoristas de ônibus, táxi e até mesmo de transporte clandestino ou particular. Porém, as figuras do Juiz de Paz e do Inspetor de Quarteirão parecem ter sido deixadas de lado ao longo do tempo ou foram substituídas por funções que representam justamente o oposto do que eles representavam: os Flanelinhas e os Ladrões de Esquina.

Enquanto os Flanelinhas, de forma ilegal, exigem pagamento por um serviço que não foi solicitado e colocam em risco a integridade física dos motoristas e de seus carros quando não recebem gorjetas, os ladrões de esquina esperam suas vítimas para roubar seus relógios, celulares, carros e até mesmo suas vidas. É lamentável constatar que, na atualidade, são essas minorias, muitas vezes embriagadas e drogadas, que estabelecem as normas, violando o direito de livre arbítrio dos cidadãos. Tudo isso acontece diante das autoridades, que parecem não ver e, consequentemente, nada fazem para coibir essas práticas.

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