Professores da Ufal lançam e-book sobre o desastre da Braskem em Maceió e as violações contra os territórios.

Professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) lançaram um e-book intitulado “Colapso mineral em Maceió: o desastre da Braskem e o apagamento das violações”. Publicada pelo Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, por meio do Observatório dos Conflitos da Mineração no Brasil, a obra é composta por cinco capítulos, sendo três de autoria de docentes da Ufal e dois de ex-alunas.

Na apresentação do livro, os organizadores Maíra Mansur e Luiz Jardim Wanderley expõem os conflitos enfrentados pela Braskem em Maceió. O relatório destaca, através de diferentes perspectivas, relatos dos afetados e fotografias, o terrível desastre causado pela empresa na região urbana da cidade. Esse caso, juntamente com outros ocorridos no setor mineral, como os desastres provocados pela Samarco/Vale/BHP Billiton em 2015, pela Hydro em 2018 e pela Vale em 2019, destaca a preocupante situação dessas empresas na periferia do capitalismo.

O professor Paulo Simões, do Campus Arapiraca da Ufal, contribui para o livro ao descrever esses crimes socioambientais como exemplos de como as grandes corporações se apropriam dos recursos naturais coletivos, transferindo os danos sociais e ambientais para as populações ao redor. Simões também aborda o acordo firmado entre a Braskem e o Ministério Público Federal, destacando a discrepância entre a imagem de eficiência e sucesso das ações de reparação divulgada pela Braskem e o MPF e a realidade das vítimas.

O livro conta também com a participação dos professores e pesquisadores Cirlene Jeane Santos e Santos, Júlia Amorim Bulhões, Maria Ester Ferreira da Silva Viegas, Rikartiany Cardoso Teles, Rosa Lucia Lima da Silva Correia e Vanuza Souza Silva.

Ao longo dos capítulos, os autores ressaltam a exploração irresponsável da sal-gema pela Braskem em Maceió, que resultou no afundamento de cinco bairros e no isolamento social de uma parte da cidade. Isso levou ao deslocamento forçado de pelo menos 57 mil pessoas e ao fechamento de estabelecimentos comerciais de pequeno e médio porte nos bairros afetados. Além disso, os autores abordam a especulação imobiliária que aflorou na cidade, elevando os preços dos imóveis e aumentando a vulnerabilidade dos moradores mais pobres.

Os afetados pela Braskem são chamados de “refugiados ambientais” e “deslocados ambientais” no livro, destacando a violação de direitos fundamentais, como o direito à cidade e à moradia digna. A publicação também apresenta reclamações sobre o modelo de indenização acordado.

O e-book completo está disponível para download através do link fornecido.

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