Professora aposentada lidera esquema de fraudes milionárias contra bancos: mais de R$ 54 milhões movimentados em cinco anos



A professora aposentada da rede pública do Distrito Federal, Vanesia Maria Rodrigues de Araújo, foi indiciada pela Polícia Civil do DF por liderar uma organização criminosa especializada em fraudes contra bancos públicos e privados e lavagem de dinheiro. A terceira fase da operação Rainha do Gado, da 18ª Delegacia de Polícia de Brazlândia, resultou no sequestro de uma série de bens dela e de outros 10 investigados, que estariam envolvidos em um esquema que movimentou R$ 54,5 milhões.

Segundo informações obtidas, a estrutura criminosa comandada por Vanesia era baseada em Brazlândia e contava com a participação de outros familiares e empregados de bancos. A Vara Criminal de Brazlândia, com aval do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, determinou o sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias dos investigados até o valor de R$ 24,6 milhões. A PCDF já encontrou mais de R$ 3 milhões em bens, incluindo veículos, imóveis e ativos financeiros.

O esquema fraudulento envolvia a concessão de empréstimos em bancos, com a cobrança de porcentagem sobre o valor obtido da instituição financeira. Gerentes de bancos públicos e privados, supostamente envolvidos no esquema, facilitavam a obtenção dos empréstimos com juros abaixo do mercado e através da concessão de financiamentos imobiliários. Também era relatado o uso de documentação falsa para conseguir os créditos.

A investigação identificou uma hierarquia na organização criminosa, com “corretores”, “fraudadores” e “intimidadores”. Os corretores aliciavam clientes para o grupo, os fraudadores criavam documentação falsa e os intimidadores ameaçavam clientes que tentavam desistir do empréstimo oferecido. O dinheiro ilícito obtido sustentava o padrão de vida do grupo e era utilizado para adquirir empresas.

A movimentação financeira do grupo foi intensa, com R$ 32,7 milhões em transações atípicas mesmo com a renda mensal declarada da professora aposentada sendo de R$ 9.433,34. Até o momento, a investigação apontou que servidores do GDF estavam envolvidos nas transferências e na suposta alteração de contracheques para aumentar a margem de crédito dos beneficiários do esquema.

Os envolvidos podem responder por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro, que podem resultar em penas de até 24 anos de prisão. A liderança da professora aposentada no grupo e a extensão do esquema criminoso chamaram a atenção das autoridades, que continuam a investigação para determinar todas as ramificações e responsabilidades dos envolvidos.

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