Professor universitário relata rígidos protocolos de segurança em aulas na Penitenciária Federal de Mossoró, o que desafia hipótese de fuga dos presos.

O professor universitário Francisco Augusto da Cruz de Araújo esteve dando aulas por dois anos na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e em uma entrevista para a Agência Brasil, relatou os rígidos protocolos de segurança que teve que seguir durante esse período. Ele descreveu que ficou surpreso ao descobrir a intensidade dos procedimentos de segurança e duvidava da possibilidade dos presos terem conseguido fugir de suas celas sozinhos.

As postagens do professor nas redes sociais, especialmente no Twitter, chamaram a atenção do público. Ele descreveu detalhes impressionantes sobre os procedimentos de entrada e saída na penitenciária, e suas publicações rapidamente viralizaram, alcançando cerca de 5 mil compartilhamentos.

Araújo destacou que, para entrar na prisão, teve sua vida investigada com ao menos 15 dias de antecedência, e que qualquer pessoa que não passasse por esse procedimento era impedida de entrar na unidade. Ele também mencionou que teve que enviar todo o material por email para ser impresso na própria penitenciária, já que os presos não tinham acesso a eletrônicos.

Além disso, o professor descreveu que durante as aulas, os presos ficavam de um lado das grades, enquanto ele ficava do outro, sempre acompanhado de um agente penitenciário. Araújo mencionou que os presos só tinham acesso ao material impresso e às canetas com apenas o tubinho de tinta, sem o corpo de plástico.

Araújo relatou que a lembrança que tem das celas da unidade era de uma cama e uma mesinha de alvenaria, sem lençóis, e que as aberturas para ventilação e iluminação ficavam a cerca de cinco metros do chão. Ele expressou dúvidas em relação ao suposto buraco por onde os presos teriam fugido, mencionando que, conhecendo os critérios de segurança da penitenciária federal, é quase impossível que alguém saia sem ser visto.

Após a fuga dos presos, houve a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que expressou suspeitas de facilitação. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que as investigações são necessárias para afirmar qualquer tipo de conivência de agentes do presídio.

As buscas pelos fugitivos continuam no quinto dia e envolvem cerca de 500 agentes, drones, helicópteros e detectores de calor. Os fugitivos, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, são considerados de alta periculosidade e são os primeiros detentos a escapar de um presídio federal de segurança máxima, desde a criação do sistema em 2006.

O professor Araújo lamentou a fuga dos presos e destacou a seriedade das pessoas com quem trabalhou na penitenciária, e seu comprometimento com a segurança. A história da experiência do professor Araújo na Penitenciária Federal de Mossoró evidencia os desafios enfrentados em presídios de segurança máxima e o rigor dos protocolos de segurança adotados.

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