Em primeiro lugar, vale ressaltar a infelicidade do título do filme, que não condiz com a realidade dos personagens principais. Em vez de rejeitados, eles vivem suas vidas repletas de contradições, sem, no entanto, serem excluídos. O jovem Angus Tully enfrenta a difícil transição para a Universidade de Barton após a separação dos pais e problemas de saúde mental, enquanto a doce cozinheira Mary merece todos os elogios, e o professor rabugento, com seus diálogos bem trabalhados e evocações em latim, escolhe viver em solidão.
O filme retrata de forma incômoda a solidão de três personagens em um período que antecede o Natal, em uma escola vazia e sem vida no distante ano de 1970. É notável a maneira como o professor enfrenta as vaidades, disputas e epifanias da vida acadêmica americana, com uma rica bagagem familiar enraizada na Universidade de Massachusetts.
Além de ser uma homenagem à solidão, o filme também presta um claro tributo aos professores, como era a intenção do diretor Alexandre Payne. Ao se concentrar no jovem Angus Tully, escolhido entre 80 atores, Payne busca trazer à tona a vida complicada de um aluno problemático. Fica evidente a atitude do ator de estar desgastado com tudo, reminiscente de Dustin Hoffman, a quem ele teve o prazer de conhecer.
É possível prever que em um futuro próximo os atores principais de “Os Rejeitados” serão reconhecidos com diversas premiações, para honrar suas incríveis performances nesse importante filme. A obra, que brilha pela magnitude de sua narrativa e atuações, certamente merece esse reconhecimento.
Em suma, “Os Rejeitados” não apenas cativa e emociona o público, mas também oferece uma profunda reflexão sobre a solidão, as relações humanas e os desafios enfrentados por alunos e professores no ambiente acadêmico. O filme, dirigido com maestria por Alexandre Payne, é uma verdadeira joia do cinema contemporâneo.