Produtores de cachaça pedem revisão da reforma tributária para evitar prejuízos ao setor, alerta presidente do Ibrac. Senado discute projeto.



Produtores de cachaça estão se mobilizando em busca de revisão do texto da reforma tributária aprovado na Câmara dos Deputados. O alvo da contestação é a alteração na regra de tributação do imposto seletivo sobre bebidas alcoólicas, popularmente conhecido como “imposto do pecado”. O setor teme que a aplicação de uma alíquota progressiva de acordo com o teor alcoólico prejudique ainda mais os produtores, que já enfrentam uma carga tributária elevada e desigual em relação a outros segmentos.

De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Carlos Lima, a cachaça já paga cerca de quatro vezes mais impostos do que a cerveja devido às distorções nas alíquotas nominais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Essa disparidade coloca em risco a sobrevivência da bebida tradicional brasileira, tendo em vista que a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados não contempla uma revisão justa e equitativa para o setor.

Além disso, o manifesto lançado pelos produtores também enfatiza a necessidade de um tratamento diferenciado para micro e pequenos produtores no imposto seletivo. O texto original do governo federal previa um modelo de tributação que combinava duas formas de alíquota, considerando o valor do produto e a quantidade de álcool puro. No entanto, as alterações realizadas na Câmara impuseram uma alíquota por categoria e progressiva de acordo com o teor alcoólico.

Com mais de 10 mil marcas de cachaça e 1,2 mil cachaçarias registradas no Brasil em 2023, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária, o setor é responsável por mais de 600 mil empregos diretos e indiretos. A preocupação dos produtores é que a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados prejudique a competitividade do produto nacional e favoreça de forma desproporcional a cerveja, impactando negativamente toda a cadeia produtiva da cachaça. Agora, a expectativa dos produtores é que o Senado Federal reveja o texto da reforma tributária e promova ajustes que garantam a sustentabilidade do setor.

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