No total, 34 pessoas foram denunciadas, com destaque para Jair Bolsonaro, apontado como o líder da referida organização criminosa. Todos os acusados são delegados da Polícia Federal com passagens pelo Ministério da Justiça durante o governo Bolsonaro, antes de integrarem a equipe do governador Ibaneis Rocha.
De acordo com a denúncia, os envolvidos teriam aderido aos planos da organização criminosa durante o período em que estavam no governo federal, coordenando a utilização indevida da estrutura da Polícia Rodoviária Federal para interferir no trânsito de eleitores em zonas eleitorais do Nordeste em 2022.
A data-chave dos acontecimentos foi marcada para 8 de janeiro de 2023, quando os denunciados ocupavam cargos estratégicos na secretaria de segurança do DF e teriam agido de maneira omissa diante dos riscos iminentes. O procurador responsável pelo caso ressaltou a gravidade das falhas cometidas pelos acusados, que deveriam zelar pela segurança pública e prevenir as ações violentas que ocorreram.
A investigação apontou que o então secretário Anderson Torres, como responsável por coordenar as ações de segurança, viajou aos Estados Unidos pouco antes dos ataques, em uma atitude interpretada como afastamento deliberado e conivência com as ações violentas planejadas. Fernando Oliveira e Marília Alencar também foram criticados por sua conduta omisiva, que teria contribuído para o desenrolar dos eventos de 8 de janeiro.
A denúncia destaca a importância da proteção da segurança coletiva e do patrimônio público, ressaltando a responsabilidade dos denunciados em evitar eventos danosos e garantir a ordem pública. A análise dos celulares dos acusados reforçou a tese de omissão dolosa e conluio para a consumação dos atos insurgentes.
Diante de tais acusações, o governo do Distrito Federal ainda não se manifestou publicamente, deixando em aberto as consequências e desdobramentos desse complexo caso que abalou as estruturas da segurança pública local.