Segundo informações de fontes próximas ao procurador, a decisão de não denunciar Bolsonaro durante a campanha eleitoral se deve ao receio de influenciar diretamente o pleito. O partido do ex-presidente é um dos maiores da Câmara e lançou candidatos em diversas cidades do país, o que poderia gerar um impacto significativo nas eleições.
A Polícia Federal concluiu dois inquéritos contra Bolsonaro este ano, nos quais ele foi indiciado por supostos crimes, como a venda indevida de joias sauditas e a fraude em cartões de vacina. Em março, o ex-presidente foi indiciado por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público para falsificar cartões de vacina contra a Covid. Já em julho, Bolsonaro foi indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro na apropriação indevida de joias milionárias presenteadas ao governo brasileiro.
A Procuradoria-Geral da República está analisando quais crimes serão imputados a Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. Fontes do gabinete de Gonet defendem que os dois inquéritos sirvam de base para uma única denúncia criminal.
O caso das joias sauditas teve um novo desdobramento em agosto, após o indiciamento de Bolsonaro pela PF. O Tribunal de Contas da União mudou sua posição e afirmou que não há uma norma clara na legislação sobre a incorporação de presentes ao patrimônio público.
Recentemente, o advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, pediu ao STF o encerramento das investigações, argumentando que a conclusão da PF foi baseada em uma decisão modificada pelo TCU. O desfecho desse caso certamente terá repercussões significativas na política nacional e no futuro do ex-presidente Jair Bolsonaro.