Processo que denunciou militares pela morte de Rubens Paiva volta a movimentar o STF após lançamento de filme sobre o caso.

O caso que envolve a denúncia de cinco militares pelo assassinato e tortura do ex-deputado Rubens Paiva tem ganhado destaque novamente após mais de dois anos sem movimentações judiciais. O processo, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sob análise do ministro Alexandre de Moraes, teve novas manifestações do Ministério Público Federal (MPF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) no final de novembro do ano passado.

A PGR indicou a necessidade de aguardar a decisão do STF sobre o recurso extraordinário que trata da aplicação da Lei da Anistia, defendendo que o debate sobre a morte de Rubens Paiva deve continuar sendo discutido pela Corte. Vale ressaltar que três dos militares acusados já faleceram, o que traz complexidade ao caso.

Os advogados que representam os envolvidos na morte de Rubens Paiva expressaram decepção com a retomada do processo após tantos anos parado, especialmente após o lançamento do filme “Ainda Estou Aqui”, que trouxe novamente a atenção para o caso. A defesa argumenta que o tema da aplicação da Lei da Anistia já foi exaustivamente debatido e que não há mais justificativas para a continuidade do processo.

Além disso, a questão dos salários dos militares envolvidos também é abordada, destacando que o general José Antônio Nogueira Belham, um dos acusados, segue recebendo vencimentos mensais enquanto vive em Brasília. O MPF sustenta que o caso é um crime contra a humanidade e não deve ser passível de anistia.

Rubens Paiva, cuja história é contada no filme e no livro “Ainda Estou Aqui”, foi uma figura importante na resistência à ditadura militar, sendo cassado e posteriormente assassinado em circunstâncias obscuras. Sua esposa, Eunice Paiva, lutou por anos para que a verdade sobre seu desaparecimento viesse à tona, e apenas em 2014 foi reconhecida oficialmente a sua morte.

O desfecho desse caso emblemático continua incerto, com questionamentos sobre a aplicação da justiça e a busca por responsabilização pelas violações dos direitos humanos durante o regime militar. Enquanto o processo segue em análise no STF, a memória de Rubens Paiva e sua luta pela democracia permanecem vivas na história do Brasil.

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