Prisão temporária de suspeito de ataque a assentamento do MST em Tremembé, SP, é decretada após audiência de custódia.

Na última sexta-feira (10/1), um grave ataque a tiros em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chocou a cidade de Tremembé, interior de São Paulo. O incidente resultou na morte de duas pessoas, além de deixar outras seis feridas. O suspeito de liderar esse ataque, Antônio Martins dos Santos Filho, mais conhecido como “Nero do Piseiro”, teve sua prisão temporária decretada pela Justiça após passar por uma audiência de custódia no último domingo (12/1).

De acordo com informações do MST, o grupo armado invadiu o assentamento Olga Benário por volta das 23h, pegando de surpresa as 10 pessoas presentes no local, entre elas crianças e idosos. Dois militantes do movimento, Valdir do Nascimento e Gleison Barbosa de Carvalho, perderam a vida no ataque, enquanto outros seis ficaram gravemente feridos. Ministros do governo Lula lamentaram o acontecimento e exigiram punição para os responsáveis.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou solidariedade às vítimas e se comprometeu a visitar a região afetada. O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou à Polícia Federal a abertura de um inquérito para investigar o episódio. Uma equipe da PF já se deslocou ao local do crime para apurar os fatos.

A Polícia Civil, por sua vez, identificou não só Antônio Martins dos Santos Filho como mentor do ataque, mas também outros possíveis envolvidos. Em depoimento, “Nero do Piseiro” confessou sua participação no crime e colaborou fornecendo informações para ajudar na localização dos demais responsáveis. O delegado Marcos Ricardo Parra, da Delegacia Seccional de Taubaté, afirmou que o suspeito foi reconhecido por vítimas e testemunhas.

Segundo Parra, a motivação por trás do ataque não estaria relacionada ao MST enquanto movimento social, mas sim a um desentendimento interno sobre a negociação de um lote dentro do assentamento. O delegado ressaltou que a intenção do grupo armado não era tomar posse do terreno, mas sim resolver um conflito interno na organização da comunidade.

Diante de toda essa tragédia, o MST emitiu uma nota lamentando o ocorrido e denunciando a falta de políticas públicas de segurança nos territórios rurais, colocando as vidas das pessoas em constante risco. Agora, as autoridades seguem com as investigações para identificar todos os envolvidos e garantir a justiça para as vítimas do atentado em Tremembé.

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