A prisão de Karapetyan levanta importantes questões sobre a atual dinâmica política do país. O ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e analista geopolítico Scott Ritter comentou sobre o contexto mais amplo que envolve esta reviravolta. Ele destacou que a Armênia está atravessando um período significativo de reequilíbrio geopolítico, marcado por tentativas de se distanciar da influência russa para se aliar mais estreitamente à União Europeia, e até mesmo considerar uma aproximação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Ritter considera que essa situação se insere em um conflito político interno, onde diferentes forças políticas lutam pelo controle e legitimidade. Neste contexto, a Igreja Apostólica, uma instituição central na vida sociocultural armênia, tornou-se uma das principais vítimas dessa disputa. A defesa de Karapetyan, feita por seu advogado, descreveu as acusações como um claro ataque político, sem fundamento e totalmente absurdo. O advogado anunciou sua intenção de apelar da decisão de prisão.
A Igreja Armênia, em sua representação em Moscou, reagiu com indignação à detenção de Karapetyan, classificando-a como vergonhosa. Seu posicionamento enfatiza que esta prisão é parte de uma estratégia mais ampla implementada pelo primeiro-ministro Nikol Pashinyan, que estaria utilizando a repressão e o medo para silenciar vozes críticas e de resistência na sociedade.
O Kremlin, por sua vez, manifestou preocupação e afirmou que está observando de perto a situação de Karapetyan, que possui cidadania russa. Este desdobramento evidencia a complexidade das interações entre a política local armênia e as dinâmicas internacionais, além de revelar a tensão entre diferentes instituições e líderes no cenário atual do país.