De acordo com informações do Itamaraty, dos 158 passageiros, 88 eram brasileiros. Os deportados, que não foram presos durante o governo de Trump e haviam sido retirados das ruas ainda na gestão do ex-presidente Joe Biden, foram transportados para o Brasil em uma aeronave da FAB, sem algemas, por ordem do presidente Lula. Desde 2017, voos com brasileiros deportados dos Estados Unidos têm sido recebidos no Brasil uma ou duas vezes por mês.
Durante a viagem de Manaus a Confins, os deportados foram transportados na aeronave KC-30, do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2º/2º GT – Esquadrão Corsário), com a maioria dos passageiros sendo oriundos de Minas Gerais e Espírito Santo. O governo brasileiro classificou o ato de receber os cidadãos acorrentados como um “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais”.
Após a chegada em Confins, os brasileiros deportados passaram pelo sistema regular de entrada no Brasil, tendo seus documentos analisados pela Polícia Federal. Caso não houvesse nenhuma restrição, seriam liberados para seguir até seus destinos finais por conta própria.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, as prisões de imigrantes ilegais continuam acontecendo. Desde a posse de Trump em janeiro, a agência ICE reportou 593 prisões de imigrantes com documentação ilegal de diversas nacionalidades. Trump iniciou uma ofensiva contra a imigração ilegal logo após assumir a presidência, decretando emergência nacional na fronteira com o México e enviando soldados para a região.
A questão da deportação de imigrantes e o tratamento dado a essas pessoas continuam sendo temas sensíveis nas relações entre os Estados Unidos e outros países, como o Brasil, que busca negociar com os americanos para evitar práticas consideradas desrespeitosas aos direitos humanos.