Segundo o relatório da PF, os diálogos interceptados envolvem um conselheiro tutelar associado à facção no bairro São José, na periferia da capital paraibana. Josevaldo Gomes, o conselheiro, menciona que “a gratificação quem bota é LAUREMÍLIA”, indicando a primeira-dama como responsável por inserir os pagamentos nos contracheques dos servidores municipais.
Além disso, o documento da PF aponta que Lauremília Lucena exercia papel central na resolução de questões relacionadas a cargos e contratações na Secretaria de Ciência e Tecnologia da Prefeitura de João Pessoa. A primeira-dama era identificada como uma figura decisiva nas tomadas de decisões envolvendo pessoal ligado ao poder público municipal.
O mandado de prisão de Lauremília foi emitido pela juíza Maria de Fátima Ramalho, da 64ª Zona Eleitoral, justificando que tanto a primeira-dama quanto sua secretária, Tereza Cristina Albuquerque, tinham papéis centrais na nomeação de pessoas ligadas ao esquema criminoso em acordo com membros da facção criminosa. O pedido de prisão também menciona a cooptação de funcionários públicos e cargos comissionados com promessas de gratificações indevidas.
Em um vídeo divulgado neste sábado, uma ex-contratada da Prefeitura sugere um acordo com um suposto líder da facção para apoiar o prefeito Cícero Lucena na comunidade Alto do Mateus. O conteúdo do vídeo reforça as suspeitas de uma ligação entre a facção e a prefeitura, gerando forte repercussão na cidade.
Diante desses acontecimentos, o prefeito Cícero Lucena defendeu a primeira-dama, alegando que sua prisão foi um “ataque covarde e brutal”. A assessoria do prefeito argumenta que a prisão foi política e que Lauremília Lucena irá provar sua inocência, destacando sua contribuição como benfeitora na cidade e no Estado. A investigação continua em andamento para esclarecer todos os fatos e desdobramentos desse escândalo que abala a política local.
