Previsões de mercado para produtos agrícolas em 2025 indicam comportamentos distintos nos preços, com destaque para carnes e commodities softs.



No mercado agrícola doméstico, os preços dos principais produtos devem ter comportamentos diversos ao longo deste ano, de acordo com analistas de mercado ouvidos pelo Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

A expectativa é de que a supersafra brasileira de grãos, estimada em 322,42 milhões de toneladas pelo mais recente levantamento da Conab, juntamente com o menor crescimento econômico global, resulte em uma queda nas cotações destes produtos. Por outro lado, as carnes devem ter um aumento de mais de dois dígitos nos preços, devido à oferta restrita e demanda aquecida.

Já para as commodities softs, como açúcar e café, os analistas projetam uma sustentação nos preços. Um fator comum entre as commodities é o impacto do fortalecimento do dólar, que afeta a competitividade das exportações brasileiras e o equilíbrio dos preços internos.

No caso específico da soja e do milho, principais produtos agrícolas do Brasil, a previsão é de uma queda nos preços domésticos, porém em menor intensidade do que a observada nos anos anteriores. A analista da Tendências Consultoria, Gabriela Faria, aponta que a reação recente dos preços dos grãos foi reflexo das incertezas em relação ao plantio devido à seca histórica no Brasil, mas que essa tendência não deve se estender ao longo do ano. A expectativa é de uma safra recorde para a soja e uma boa safra para o milho, o que deve resultar em preços mais baixos.

No entanto, a desaceleração da economia chinesa e o cenário global de estoques elevados e safra recorde nos Estados Unidos podem afetar a demanda por grãos. Os analistas não preveem uma baixa generalizada nos preços, mas também não veem sinais de alta, sendo o câmbio e possíveis conflitos comerciais fatores que podem direcionar os preços dos grãos brasileiros.

Na pecuária, a tendência é de preços mais altos, impulsionados pela demanda interna e externa aquecida e pela oferta restrita. Os analistas projetam que os preços da carne bovina podem subir mais de dois dígitos, com a retenção de fêmeas ganhando tração e a expectativa de uma virada de ciclo para 2026. Os preços da carne de frango e suína também devem se beneficiar desta alta.

Em relação ao açúcar e café, a expectativa é de preços firmes devido à restrição na oferta. A bienalidade negativa do café e os efeitos climáticos adversos nas lavouras devem contribuir para uma menor produção e consequente aumento nos preços destas commodities.

No geral, a análise dos analistas aponta para um cenário de preços mistos no mercado agrícola, com fatores como o dólar, demanda global e condições climáticas influenciando as cotações ao longo do ano.

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