O primeiro impacto visível dessa insatisfação do ex-presidente poderá ser sentido no momento em que ele terá que decidir qual dos três desembargadores escolhidos irá nomear para a vaga em questão — os candidatos Carlos Brandão (TRF1), Danielle Maranhão (TRF1) e Marisa Ferreira Santos (TRF3). Lula parece estar adotando uma postura de lentidão nessa escolha, sem demonstrar pressa em definir o nome.
No entanto, a maior e mais significativa consequência desse descontentamento poderá recair sobre outra lista que envolve a indicação de três candidatos a ministro do STJ oriundos do Ministério Público. Neste cenário, destaca-se uma forte articulação em torno do nome de Sammy Barbosa, liderada pelo ministro Mauro Campbell. O ex-presidente Lula teria se envolvido pessoalmente na tentativa de garantir a eleição de seu candidato na lista de desembargadores, Rogério Favreto, e, como contrapartida, sinalizou a ministros que indicaria Sammy caso ele fosse escolhido.
No entanto, em vista da derrota sofrida por Lula no STJ, há rumores de que o presidente venha a adotar uma postura de retaliação contra os apoiadores de Sammy e não o escolha para ocupar a vaga. Esse clima de incerteza e possíveis reviravoltas nas indicações para o STJ demonstra como as disputas políticas e as rivalidades internas podem impactar de maneira significativa o processo de nomeações para instâncias importantes do Judiciário brasileiro.