“Eu quero que vocês saibam que no nosso governo a gente não vai tentar vender a cama para domrir no chão. A gente não vai vender ativos públicos, vamos fazer com que se torne tão competitivo e compartilhe relação com iniciativa privada para que a gente possa melhorar”, declarou o presidente durante seu discurso. Além disso, Lula ressaltou a importância de fazer com que o Estado seja um “indutor do desenvolvimento” e promova “investimentos sadios”, defendendo a atuação do governo em parceria com a iniciativa privada.
No entanto, as declarações de Lula durante o evento ocorrem em meio a uma crise energética em São Paulo, após um apagão deixar 1,1 milhão de imóveis sem energia elétrica. A falta de energia acabou se tornando munição contra a privatização da estatal paulista de saneamento básico (Sabesp), um dos principais projetos da gestão Tarcísio de Freitas, cuja votação deve ocorrer ainda este ano na Assembleia Legislativa estadual.
Nas redes sociais, deputados contrários à desestatização e até pré-candidatos à eleição municipal de 2024, além de um ministro do governo Lula, citaram a resposta lenta da Enel à crise de energia para justificar a necessidade de manter serviços essenciais, como água e luz, sob controle público. As críticas à privatização ganharam força após o episódio do apagão, alimentando o debate sobre o tema e colocando em xeque a viabilidade de privatizar estatais responsáveis por serviços básicos.
Em meio a esse contexto, as declarações de Lula reforçam a postura do governo em relação às privatizações e à parceria com a iniciativa privada, destacando a busca por alternativas para tornar ativos públicos mais competitivos sem necessariamente vendê-los. A posição do presidente sinaliza para um debate mais acalorado sobre a privatização de estatais e a atuação do Estado na promoção do desenvolvimento econômico.