Segundo informações do Palácio do Planalto, Lula afirmou que irá apoiar a demanda turca e pretende realizar uma visita ao país que fica entre a Europa e o Oriente Médio. Por sua vez, Erdogan confirmou presença na Cúpula do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro.
A Turquia é considerada candidata à União Europeia desde 1999 e iniciou as negociações para adesão em 2005. No entanto, o país enfrenta um impasse desde 2018 devido a retrocessos democráticos. Mesmo assim, a Turquia é considerada uma parceira do bloco europeu. Erdogan já indicou a possibilidade de desistir do processo de adesão à União Europeia.
O Brics passou por uma expansão no ano passado, o que levou a um aumento no número de pedidos de países interessados em se tornar membros do bloco. A decisão de ampliação é tomada por consenso e muitos líderes globais aguardam ansiosos por uma nova rodada de crescimento na Cúpula de Líderes de 2024.
O processo de ampliação do Brics tem sido impulsionado principalmente pela China, que busca fortalecer novos blocos internacionais para contrapor o poder econômico e geopolítico do G7, liderado pelos Estados Unidos. Para o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial de Lula e defensor do fortalecimento do Sul Global, liderado pela China, o interesse crescente pelo Brics mostra que o mundo não é mais dominado pelo G7.
Além da Turquia, outros países como Colômbia, Venezuela, Cuba, Argélia, Paquistão, Tailândia e Indonésia já demonstraram interesse em se juntar ao Brics. A adesão de novos membros ao bloco tem sido um tema recorrente, com mais de 40 países interessados em se juntar desde o ano passado, incluindo a Nigéria.
Recentemente, Lula se comprometeu a apoiar a entrada da Colômbia no grupo, depois que a Argentina recusou o convite por decisão do presidente Javier Milei. Com a ampliação do Brics, a cúpula em Kazan, na Rússia, terá a presença de dez membros, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
Durante sua estadia na Itália, Lula participou de reuniões bilaterais com diversas autoridades, incluindo o papa Francisco, o presidente da França Emmanuel Macron, a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e o primeiro-ministro da Índia Narendra Modi. As discussões abordaram temas como o Acordo Mercosul-União Europeia, empoderamento feminino na política, combate ao garimpo ilegal e crimes transfronteiriços e celebrações do Ano do Brasil na França e do Ano da França no Brasil.
Modi confirmou presença na Cúpula de Líderes do G20, que será realizada no Brasil em novembro. No ano passado, Lula recebeu a presidência do grupo das mãos do premiê indiano em Nova Délhi e pretende realizar uma nova visita à Índia. As relações e negociações entre os líderes demonstram uma articulação política e econômica intensa entre os países do Brics e outros atores globais presentes nos encontros.