Presidente do STF defende supersalários de juízes e isenta Judiciário da crise fiscal, destacando necessidade de atratividade da carreira.



O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, se pronunciou sobre a polêmica dos supersalários dos juízes e a responsabilidade do Judiciário na crise fiscal do Brasil. Em entrevista coletiva concedida na noite de segunda-feira (9), após apresentar um balanço de sua gestão em 2024, o ministro defendeu os altos salários como necessários para manter a atratividade da carreira, destacando que devem ser comparados com o mercado jurídico e não com o salário mínimo.

Barroso ressaltou que os gastos do Judiciário representam apenas 1,2% do PIB e que essa proporção tem diminuído nos últimos anos, afirmando que desde 2017 o Judiciário está sob o regime do teto fiscal e não ultrapassou o limite estabelecido. Em 2023, as despesas do Judiciário totalizaram R$ 132,8 bilhões, sendo 90% desse valor destinado ao pagamento de pessoal. Em contrapartida, a arrecadação foi de R$ 68,74 bilhões, resultando em um retorno de 52%.

Sobre a decisão do STF que liberou as emendas parlamentares sob novas regras, causando descontentamento entre deputados e senadores, Barroso afirmou que não vê rigidez na determinação do ministro Flávio Dino, que foi posteriormente confirmada pelo plenário de forma unânime. O ministro ressaltou que a decisão está alinhada ao acordo estabelecido entre os Três Poderes em agosto de 2020.

Quanto ao julgamento que discute a responsabilidade das plataformas online, previsto para ser retomado na quarta-feira (11), Barroso destacou que qualquer decisão que modifique o Marco Civil da Internet será apenas temporária, uma vez que a palavra final caberá ao Congresso Nacional. Ele enfatizou que, quando o Legislativo legislar sobre o tema, a decisão congressual terá precedência.

Dessa forma, o posicionamento de Luís Roberto Barroso reacende o debate em torno dos supersalários dos juízes e da atuação do Judiciário em meio à crise fiscal, ao mesmo tempo em que ressalta a importância do equilíbrio entre as contas públicas e a manutenção de uma carreira jurídica atrativa.

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