Presidente da Geórgia se recusa a deixar cargo após eleição contestada e governo considerado ilegítimo, desencadeando crise política.



A crise política na Geórgia ganhou um novo capítulo com a presidente do país, Salome Zourabichvili, classificando o governo como ilegítimo e afirmando que não deixará o cargo quando seu mandato terminar no próximo mês. Durante uma entrevista coletiva no último sábado (30/11), Zourabichvili contestou os resultados do pleito realizado no fim de outubro, no qual o partido Sonho Georgiano, alinhado à Rússia, obteve 54% dos votos.

Segundo a presidente, a eleição foi fraudada e o parlamento atual não é legítimo. Em suas palavras: “Não há parlamento legítimo; portanto, um parlamento ilegítimo não pode eleger um novo presidente. Assim, nenhuma posse pode ocorrer, e meu mandato continua até que um parlamento legitimamente eleito seja formado”.

A situação política no país se agravou com episódios de violência e constrangimento durante o processo eleitoral. Um político de oposição, David Kirtadze, chegou a jogar tinta preta no rosto do chefe da comissão eleitoral, resultando em uma lesão ocular. Zourabichvili também entrou com um recurso judicial contra os resultados das eleições.

Além disso, a Geórgia entrou em crise após o primeiro-ministro do partido Sonho Georgiano, Irakli Kobakhidze, interromper as negociações de adesão do país à União Europeia pelos próximos quatro anos. A decisão foi motivada pelo que ele chamou de “chantagem” por parte do bloco europeu.

A adesão à UE é extremamente popular entre os georgianos, o que gerou protestos e confrontos com a polícia. O primeiro-ministro chegou a acusar a oposição de planejar uma revolução nos moldes do protesto de Maidan na Ucrânia em 2014, mas garantiu que não haverá uma repetição desse cenário na Geórgia. A crise política no país promete continuar até as próximas eleições presidenciais agendadas para 14 de dezembro.

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