Presidente da Argentina, Javier Milei, assina decretos de desregulamentação da economia em meio a protestos esvaziados.



O presidente da Argentina, Javier Milei, surpreendeu a população ao assinar uma série de decretos que promovem uma desregulamentação da economia. Em um pronunciamento realizado nesta quarta-feira, 20, Milei anunciou 30 medidas que incluem a revogação de leis nos setores imobiliários, de abastecimento e de controle de preços, além de novas regras para a legislação trabalhista e a conversão de empresas públicas em sociedades anônimas para que sejam privatizadas. As medidas também preveem a modernização da legislação aduaneira.

O presidente afirmou que serão ao todo 300 revogações que estarão no Diário Oficial do país a partir de quinta-feira, 31. Milei optou por decretos de necessidade e urgência, similar às medidas provisórias no Brasil, evitando enviar projetos de lei ao Congresso, onde não possui maioria. No entanto, os decretos terão de ser avaliados pelos parlamentares.

Durante o discurso, Milei reforçou suas críticas à classe política e atribuiu a expansão do Estado como responsável pela destruição da riqueza na Argentina nos últimos 100 anos. Ele destacou que as crises no país têm origem no déficit fiscal e criticou a postura da classe política ao enfrentar o problema, recorrendo ao aumento de impostos ou à impressão de moeda para financiar o déficit.

Esses anúncios marcam o segundo pacote de medidas econômicas do novo presidente argentino, que assumiu o cargo no início do mês. Há duas semanas, ele já havia desvalorizado o peso e congelado obras públicas, reduzido subsídios e repasses federais a províncias do interior do país. A Argentina enfrenta uma grave crise econômica, com inflação superior a 140% nos últimos 12 meses e projeções de que possa dobrar no início de 2024.

Além disso, o governo também enfrentou manifestações contra as medidas econômicas. A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, elaborou um plano para conter os protestos, que tiveram adesão menor do que o esperado, devido ao forte aparato policial presente nas ruas. Bullrich reforçou que aqueles que bloquearam as ruas serão penalizados com a perda de benefícios sociais, como havia sido anunciado pelo governo. No entanto, a adesão à manifestação foi menor do que o esperado, com a ministra afirmando que a medida para esse tipo de protesto costuma atrair de 20 a 50 mil pessoas, mas neste caso o número foi reduzido.

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