A medida foi necessária após o Partido Liberal Democrático (FDP) desembarcar da coalizão tripartidária de governo, deixando Scholz sem maioria para aprovar medidas no Bundestag, tendo apenas os Verdes ao seu lado. Dessa forma, o chanceler seguirá no cargo até a constituição de um novo Parlamento e a escolha de um novo chanceler pelos parlamentares.
O presidente Steinmeier justificou a dissolução do Parlamento afirmando que a estabilidade da Alemanha depende de um governo forte e de maioria no Parlamento. As regras constitucionais alemãs visam evitar instabilidades políticas, como as que precederam a ascensão dos nazistas ao poder na década de 1930.
A dissolução precoce do Bundestag é um fato excepcional na Alemanha. Desde a formação da República Federal em 1949, apenas cinco votos de confiança no Parlamento ocorreram, sendo dois após a reunificação em 1990. Apenas em três casos uma moção de confiança levou a eleições antecipadas, sendo Willy Brandt (SPD) em 1972, Helmut Kohl (CDU) em 1982 e Gerhard Schröder (SPD) em 2005.
Atualmente, as pesquisas indicam os conservadores na liderança, com 31% das intenções de voto. O candidato a chanceler federal é Friederich Merz. O SPD aparece com 16% das intenções de voto, podendo encolher significativamente. Os Verdes têm 12% e os liberais, 5%. A AfD, de ultradireita, conta com 19,5% das intenções de voto, enquanto a neófita BSW, de esquerda, tem 8%.
O cenário eleitoral na Alemanha promete ser interessante e cheio de reviravoltas, com a necessidade de alianças entre os partidos para garantir uma maioria no Bundestag e a formação de um novo governo estável. Este será um processo importante para o futuro político do país.