May afirmou que país precisa de estabilidade para negociar afastamento da União Europeia. Parlamento deve votar a medida na quarta-feira (19).

A premiê britânica, Theresa May, propôs nesta terça-feira (18) antecipar as eleições no Reino Unido para o dia 8 de junho. Ela pretende sair fortalecida da votação para negociar a retirada do Reino Unido da União Europeia. A antecipação do pleito, que estava previsto para 2020, já recebeu o apoio do principal líder da oposição.
“Precisamos de uma eleição geral e precisamos agora”, disse em Downing Street a primeira-ministra, que precisa da aprovação do Parlamento para convocar a eleição antecipada. A medida precisa ser aprovada por dois terços dos parlamentares na votação prevista para quarta-feira (19).
Se aprovada a medida, em menos de dois meses, os britânicos irão às urnas para eleger o novo Parlamento. Assim, o partido que conseguir a maioria vai indicar o seu líder como primeiro-ministro. Algumas pesquisas indicam que a popularidade de May supera com folga – de até 20 pontos – a do principal líder da oposição.
May disse que ela precisa de uma liderança forte para negociar a retirada do Reino Unido da União Europeia, processo que foi iniciado após o acionamento do artigo 50 do Tratado de Lisboa, em março deste ano, e que deve durar ao menos dois anos.
A premiê afirma que outros partidos se opõem aos planos do governo para conduzir esse processo e que os oponentes estão errados de pensar que o governo mudará a sua posição.
“Vamos remover o risco de incerteza e instabilidade. Ela vai dar ao país a liderança forte que ele precisa”, afirmou May, segundo o jornal “The Guardian”.
Theresa May era ministra do Interior e chegou a Downing Street após a renúncia de David Cameron, em junho de 2016, e graças a sua vitória em uma votação interna do Partido Conservador, mas sua liderança não havia sido referendada pelas urnas.
Apoio da oposição
A proposta foi celebrada pelo líder da oposição ao governo de Theresa May, o trabalhista Jeremy Corbyn, que garantiu que o seu partido dará o apoio que a premiê precisa para aprovar a proposta no Parlamento.
A premiê escocesa, Nicola Sturgeon, afirmou que a antecipação do pleito abre uma nova possibilidade para que a Escócia escolha o seu futuro. O país, que se opõe à retirada do bloco econômico europeu, precisa da aprovação do parlamento britânico para realizar um segundo plebiscito sobre a sua retirada do Reino Unido. A estratégia para permanecer na União Europeia encontrou dura oposição do governo de Theresa May.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou ter conversado com May pelo telefone. No Twitter, ele ainda comparou a surpreendente reviravolta da saga Brexit a uma trama do filme de Alfred Hitchcock: “Foi Hitchcock, que dirigiu Brexit: primeiro um terremoto e a tensão sobe”.
Caso o pleito seja confirmado, estas serão as segundas eleições gerais britânicas em dois anos, após a votação de maio de 2015, com o referendo sobre a saída da União Europeia no meio, segundo a France Presse.
A decisão de sair da União Europeia, conhecida como Brexit, foi tomada em um referendo, realizado em 23 de junho de 2016. Na ocasião, 51,9% dos britânicos optaram por deixar o bloco, o que provocou a queda do então primeiro-ministro, David Cameron.
Após o referendo, o Brexit foi aprovado também pelo Parlamento britânico e no dia 16 de março deste ano suas negociações receberam autorização formal da rainha Elizabeth 2ª.
g1
18/04/2017









