A Secretaria Municipal de Saúde informou que está cumprindo o pedido do MPSP e da vigilância, entregando o prédio onde o hospital funcionava. A interdição do Bela Vista ocorreu em 31 de outubro, após uma fiscalização conjunta envolvendo a vigilância, o MPSP e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo.
De acordo com o promotor do caso, Arthur Pinto Filho, a interdição não se deu apenas por problemas estruturais, mas também por irregularidades diversas encontradas na unidade. Um levantamento do Cremesp apontou a ocorrência de 17 mortes na UTI do hospital em agosto e mais 15 em setembro, sendo que seis delas podem ter envolvido “erros grotescos”.
A investigação aguarda o relatório da Vigilância Sanitária para ter uma visão mais clara do que aconteceu no local. Além disso, será analisado o que é de responsabilidade da Prefeitura e o que compete à organização social que geria o hospital.
Irregularidades foram encontradas não apenas na UTI, mas também nos quartos de isolamento, na escassez de profissionais, na falta de equipe qualificada, nas escalas incompletas de médicos, na central de esterilização de materiais cirúrgicos, no controle e distribuição de medicamentos controlados, dentre outras questões apontadas pelo promotor.
A Prefeitura, por sua vez, reiterou que a interdição foi determinada por motivos estruturais visando adequações às normas da Vigilância Sanitária e ressaltou que, por se tratar de um imóvel locado, não poderia realizar melhorias estruturais diretamente. As últimas pessoas internadas no hospital estão sendo transferidas para outras unidades municipais conforme determinação da Vigilância Sanitária. O Hospital Bela Vista, inaugurado em 2020, prestou importante serviços de saúde à população durante quatro anos, atendendo inicialmente pacientes com Covid-19 e posteriormente a população em situação de rua.