Preço do gás natural na Europa atinge novo recorde devido ao iminente fim do trânsito russo pela Ucrânia, gerando preocupações energéticas.



Os preços do gás natural na Europa atingiram novos patamares preocupantes, alcançando US$ 536 (equivalente a R$ 3.318) por mil metros cúbicos durante as negociações na Intercontinental Exchange (ICE). Este aumento é notável, representando um salto de cerca de 4% desde o início das negociações, e marca o maior valor registrado desde 27 de novembro de 2023. A elevação nos preços vem acompanhada de um clima de incerteza causado pela iminente interrupção do trânsito de gás russo pela Ucrânia, programada para ocorrer em 1º de janeiro de 2025.

O contrato holandês TTF, considerado a referência europeia para o gás, também viu um aumento, atingindo € 50 (R$ 321) por megawatt-hora (MWh). Esse cenário é agravado pela expiração do atual acordo de trânsito que permite o transporte de 40 bilhões de metros cúbicos de gás russo anualmente pela Ucrânia. Embora a Ucrânia tenha lucrado com esse trânsito ao longo dos últimos cinco anos, através de um acordo firmado em 2019, as autoridades ucranianas descartaram a possibilidade de estender o contrato.

De acordo com o operador do sistema de transmissão de gás da Ucrânia, os fornecimentos estão programados para terminar à 8h, horário de Moscou, em 1º de janeiro. O presidente russo, Vladimir Putin, já confirmou que não haverá um novo acordo antes do ano novo, o que levanta dúvidas sobre a continuidade do fornecimento de gás para a Europa a partir da Rússia, especialmente em um momento em que os estoques na União Europeia estão 73% cheios, em comparação com 86% do ano anterior.

Por outro lado, a Ucrânia manifestou disposição para retomar o trânsito de gás, desde que não seja de origem russa, a pedido da Comissão Europeia. Putin, por sua vez, apontou para a possibilidade de estabelecer contratos com fornecedores de outros países, como Turquia, Hungria, Eslováquia e Azerbaijão. Este impasse não só afeta as relações entre os países envolvidos, mas também gera incerteza sobre a segurança energética da Europa, que já enfrenta desafios significativos em termos de armazenamento e suprimento adequados.

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