O contrato holandês TTF, considerado a referência europeia para o gás, também viu um aumento, atingindo € 50 (R$ 321) por megawatt-hora (MWh). Esse cenário é agravado pela expiração do atual acordo de trânsito que permite o transporte de 40 bilhões de metros cúbicos de gás russo anualmente pela Ucrânia. Embora a Ucrânia tenha lucrado com esse trânsito ao longo dos últimos cinco anos, através de um acordo firmado em 2019, as autoridades ucranianas descartaram a possibilidade de estender o contrato.
De acordo com o operador do sistema de transmissão de gás da Ucrânia, os fornecimentos estão programados para terminar à 8h, horário de Moscou, em 1º de janeiro. O presidente russo, Vladimir Putin, já confirmou que não haverá um novo acordo antes do ano novo, o que levanta dúvidas sobre a continuidade do fornecimento de gás para a Europa a partir da Rússia, especialmente em um momento em que os estoques na União Europeia estão 73% cheios, em comparação com 86% do ano anterior.
Por outro lado, a Ucrânia manifestou disposição para retomar o trânsito de gás, desde que não seja de origem russa, a pedido da Comissão Europeia. Putin, por sua vez, apontou para a possibilidade de estabelecer contratos com fornecedores de outros países, como Turquia, Hungria, Eslováquia e Azerbaijão. Este impasse não só afeta as relações entre os países envolvidos, mas também gera incerteza sobre a segurança energética da Europa, que já enfrenta desafios significativos em termos de armazenamento e suprimento adequados.