O encontro não constava na agenda oficial de Lula e foi remarcado após ter sido inicialmente cancelado devido à divulgação pela imprensa. Após as discussões, começaram a circular rumores de que uma proposta de pagamento de 50% dos dividendos extraordinários aos acionistas da Petrobras seria encaminhada ao conselho de administração da empresa.
Essa proposta, inicialmente defendida por Prates, teria sido reconsiderada após a revelação de que a companhia reteria 100% dos dividendos extraordinários, no valor de aproximadamente R$ 43,9 bilhões. Enquanto Haddad preferia o pagamento integral, a concessão de 50% garantiria um extra de R$ 6,2 bilhões para os cofres do tesouro, uma vez que a União detém a maior parte das ações da empresa.
Apesar de no último final de semana a saída de Prates parecer provável para alguns ministros próximos a Lula, na terça-feira eles indicaram que a possibilidade de mudança no comando da estatal diminuiu. No entanto, ainda não ousaram confirmar sua permanência.
O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, também gerou desconforto no governo ao admitir conflitos com Prates em entrevista à imprensa. Alguns membros do governo alertam que a substituição de ministros por desentendimentos públicos poderia criar um precedente perigoso. No entanto, afirmam que Silveira também não é insubstituível.
Agora, os opositores de Prates dentro do governo consideram sua permanência desde que ele concorde em cumprir certas condições, como mudar sua postura em relação ao mercado, cessar críticas aos representantes da União no conselho da Petrobras e apresentar um plano de investimento em setores estratégicos como gás, fertilizantes e refino. A decisão final sobre o comando da Petrobras ainda está em aberto, com reviravoltas possíveis a qualquer momento.