População envelhecendo: ANS busca antecipar serviços de saúde a jovens visando evitar sobrecarga nos planos futuros.



A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está trabalhando para reforçar os serviços aos jovens como uma estratégia para reduzir os gastos futuros com a população idosa. Atualmente, o aumento no número de pessoas acima dos 60 anos tem se tornado um problema para o setor, pois quanto mais envelhecem, mais elas utilizam os planos de saúde. Para desafogar o sistema e reduzir os custos, a ANS está propondo a antecipação de consultas e exames, além de incentivar os serviços de saúde voltados para os mais jovens.

De acordo com o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello, a proporção de idosos no Brasil vem crescendo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a parcela da população com mais de 60 anos aumentou de 11,3% há dez anos para 15,1% atualmente. Esse crescimento também é observado na saúde suplementar, onde o número de beneficiários com 60 anos ou mais aumentou de 5,7 milhões para 7,3 milhões entre 2013 e 2023, representando um aumento de 28%. A faixa etária de 80 anos teve o maior crescimento, com 33,5%.

Um estudo realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) demonstrou que o custo médio dos planos de saúde com usuários acima dos 60 anos é seis vezes maior do que com usuários entre zero e 18 anos. Além disso, os dados da ANS mostram que o número de jovens com planos de saúde vem diminuindo, enquanto o de idosos tem aumentado significativamente. A maior redução foi observada na faixa etária de 25 a 29 anos.

Diante dessa assimetria, o diretor-presidente da ANS ressalta a necessidade de mudar o atual modelo de prestação de serviços. Segundo Rebello, é preciso focar na prevenção de doenças e no acompanhamento de problemas crônicos, já que o tratamento antecipado dessas condições pode reduzir os gastos com o sistema de saúde.

Especialistas concordam que é fundamental buscar os jovens e oferecer serviços de prevenção e acompanhamento para manter a saúde suplementar financeiramente estável. Segundo o médico Pedro Archer, a busca ativa por jovens e a prevenção de doenças serão fatores decisivos para as operadoras não terem prejuízos substanciais. Já o empresário Pablo Alencar sugere que as operadoras também ofereçam serviços médicos como alternativa para equilibrar as contas.

Apesar de reconhecer o esforço da ANS, Alencar não acredita que essa medida irá resolver imediatamente o desequilíbrio financeiro das operadoras. Ele destaca a importância das operadoras terem sua própria rede de hospitais como uma forma de evitar conflitos com os provedores de serviços e equilibrar os custos.

Portanto, a ANS está buscando soluções para reduzir os gastos futuros com a população idosa, incentivando as operadoras de planos de saúde a reforçar os serviços aos jovens. Porém, é necessário repensar e inovar nas estratégias para garantir a sustentabilidade financeira do setor a longo prazo.

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