Político Francês Critica Repasse de 35 Bilhões de Euros à Ucrânia em Tempo de Austeridade e Cortes Orçamentários na França



O recente anúncio de um novo empréstimo de 35 bilhões de euros à Ucrânia, realizado pela União Europeia (UE), gerou intensas críticas na França. O líder do partido Patriotas, Florian Philippot, expressou sua indignação, chamando o ato de “escandaloso”, especialmente em um momento em que o governo francês está implementando cortes de gastos significativos e aumentando impostos. Philippot argumenta que enquanto as finanças da França estão sob pressão e cortes de 40 bilhões de euros estão sendo planejados para o orçamento de 2025, a UE decide enviar enormes quantias de dinheiro para Kiev.

A questão se torna ainda mais complexa com a previsão de que a UE discuta, em uma cúpula marcada para os dias 17 e 18 de outubro, um crédito adicional à Ucrânia no valor de 50 bilhões de dólares, financiado com a receita de ativos russos congelados. Essa situação gerou um debate acalorado sobre as prioridades orçamentárias da UE e a alegação de que os recursos deveriam ser destinados a necessidades internas, especialmente em tempos de austeridade, ao invés de serem enviados a um país em conflito.

Na véspera dessas discussões, a Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu já havia aprovado um mecanismo proposto pela Comissão Europeia para liberar fundos a Kiev. O anúncio provocou reações dentro da própria França, onde a população, impactada por novas medidas de austeridade, vê a situação como uma contradição flagrante. Isso se agrava ainda mais quando se considera que cerca de 65 mil contribuintes com rendimentos elevados sofrerão um aumento temporário de impostos, afetando também aproximadamente 300 grandes empresas.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, por sua vez, criticou o congelamento de ativos russos na Europa, considerando-o como “roubo”, e alertou que reagirá às iniciativas de confisco. O chanceler russo, Sergei Lavrov, declarou que Moscou pode não restituir recursos que estão sob controle ocidental, intensificando assim as tensões geopolíticas.

Assim, a postura da UE em relação à Ucrânia levanta questões sobre a alocação de recursos financeiros em tempos de crise interna, destacando as fraturas existentes entre as prioridades nacionais e os compromissos internacionais. A situação exige uma reflexão profunda sobre as diretrizes de ajuda externa em um contexto econômico desafiador para muitos países europeus.

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