POLÍTICA – Senado Adia Votação de Projeto de Licenciamento Ambiental que Divide Opiniões e Mobiliza Organizações Ambientalistas em Todo o País



O projeto de lei que propõe um novo marco para o licenciamento ambiental no Brasil enfrenta intensos debates e divergências, refletindo a complexidade da questão. Em uma recente intervenção, o relator do PL 2159/2021, senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, destacou que a aprovação da proposta no Senado é um desafio, dado seu caráter polêmico. A votação foi adiada para a próxima semana na Comissão de Meio Ambiente (CMA) após um pedido de vista.

A proposta, que data de 2021 e chegou da Câmara dos Deputados, já passou por várias alterações e está sendo discutida em simultâneo na Comissão de Agricultura, sob a relatoria da senadora Tereza Cristina, ligada à Frente Parlamentar Agropecuária (FPA). Moura mencionou que o relatório inicial era “inviável” devido às diferenças com o texto apresentado por Tereza Cristina. No entanto, ele acredita que a nova versão pode facilitar a votação final, pois diminuiria as divergências.

Apesar de contar com o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e da FPA, o projeto é amplamente criticado por organizações ambientalistas, que o rotulam como o “PL da Devastação”. Movimentos como o Instituto Social Ambiental e o Observatório do Clima expressam sua preocupação com a flexibilização das regras de licenciamento, alegando que isso poderia resultar em danos irreparáveis ao meio ambiente. Eles argumentam que a proposta permite um autolicenciamento para certos empreendimentos, além de simplificar processos de licenciamento, especialmente para a agropecuária.

Os ambientalistas se opõem à ideia de que a simplificação dos processos de licença será feita de forma responsável. Em contrapartida, Confúcio Moura defende que os impactos ambientais serão considerados de acordo com a escala das operações, estabelecendo tipos diferentes de procedimentos para propriedades de tamanhos variados.

Apesar das controvérsias, Moura chamou atenção para o fato de que a tramitação do projeto não é resultado de pressões externas. Ele enfatizou que tanto ele quanto Tereza Cristina rejeitaram emendas sugeridas pelo presidente do Senado, sublinhando a autonomia do processo legislativo.

Com a votação adiando e a discussão em aberto, espera-se que a próxima semana seja crucial para a definição do futuro do licenciamento ambiental no Brasil, um tema que, sem dúvida, impacta não apenas a política, mas também o futuro socioeconômico e ambiental do país.

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