Reis, que trabalhava na ajudância de ordens do ex-presidente Bolsonaro ao lado do tenente-coronel Mauro Cid, foi preso há mais de três meses por força de uma operação da Polícia Federal que investiga a suposta fraude no cartão de vacina do ex-presidente.
Durante o depoimento, a senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, afirmou que teve acesso ao relatório sobre a movimentação financeira do sargento e constatou que os valores são incompatíveis com a renda recebida pelo militar. Segundo ela, Reis teria movimentado cerca de R$ 3 milhões em sua conta, enquanto sua renda mensal no período analisado era de R$ 13 mil a R$ 14 mil.
Reis justificou a movimentação financeira alegando que parte desse dinheiro é proveniente de recursos recebidos quando foi para a reserva, soldos extras, consórcios com amigos, empréstimos pessoais e a venda de um carro a pedido de Mauro Cid. Ele negou ter recebido os R$ 3 milhões mencionados e afirmou que houve transferências eletrônicas que foram e voltaram, reduzindo o valor mencionado.
A senadora Eliziane questionou o sargento sobre os R$ 74 mil recebidos da empresa Cedro do Líbano e seu dono, que tinha contratos com o governo federal. Reis respondeu que o caso já foi investigado, mas não deu mais detalhes.
Parlamentares da base governista criticaram o depoimento do sargento, alegando que ele não respondeu aos questionamentos. O deputado federal Rafael Brito calculou que, mesmo considerando as justificativas dadas por Reis, ainda há R$ 500 mil sem explicação.
Por outro lado, o senador da oposição Marcos Rogério opinou que o depoimento foi inútil e não trouxe nenhum fato novo relacionado aos atos de 8 de janeiro.
O deputado federal Marco Feliciano defendeu o sargento Luis Marcos, alegando que ele está sendo alvo da CPMI apenas por ser amigo do ex-presidente Bolsonaro e por causa do suposto caráter revanchista do atual governo.
A investigação sobre as acusações contra o sargento do Exército Luís Marcos dos Reis continua e os próximos passos serão determinados pela CPMI.