Durante o encontro, havia a expectativa de que o presidente assinasse a homologação de mais quatro terras indígenas, porém Lula decidiu assinar apenas as duas mencionadas. Ele explicou que tomou essa decisão para evitar promessas não cumpridas, já que existem desafios a serem superados, como a ocupação por não indígenas em algumas regiões. O presidente também revelou ter atendido a pedidos de governadores que solicitaram mais tempo para resolver questões referentes às ocupações.
Lula ressaltou a importância da cautela nesse processo e fez uma analogia com a aprovação da tese do marco temporal, que foi vetada por ele, mas teve o veto derrubado pelo Congresso Nacional. Ele enfatizou que a intenção é evitar frustrações futuras, como ocorreu com o marco temporal. Com as duas novas áreas homologadas, o governo Lula soma 10 terras indígenas demarcadas desde o início de seu terceiro mandato, após um período de paralisação nos processos de demarcação durante o governo anterior.
Durante o evento, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, destacou a importância da luta histórica dos povos indígenas por políticas específicas e diferenciadas. Ela ressaltou que o direito originário de ocupação das terras indígenas está previsto na Constituição Federal de 1988 e é garantido aos povos indígenas.
Por outro lado, a decisão de não homologar as quatro áreas adicionais gerou decepção entre as entidades indígenas. O coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Dinamam Tuxá, expressou frustração e surpresa com a consulta aos governadores, visto que não está prevista na legislação. Tuxá reiterou a importância de seguir os ritos legais para garantir a demarcação de mais terras aptas.
O evento de reabertura do CNPI foi marcado pela discussão sobre a necessidade de manter a luta pela demarcação das terras indígenas e pela preservação dos direitos dos povos originários do Brasil.