POLÍTICA – Partidos da Direita Se Desvinculam de Lula em Busca de Votos Bolsonaristas para Eleições de 2026 e Aumentam Competição Política

A recente decisão da Federação de partidos União Brasil (UB) e Progressistas (PP) de se desligar do governo Lula desencadeia uma série de análises sobre as movimentações políticas em curso no Brasil. Especialistas apontam que esse movimento visa a herança dos votos fiéis do ex-presidente Jair Bolsonaro, que continua a ter uma base de apoio significativa, mesmo diante de um cenário político conturbado.

O anúncio do rompimento coincidirá com o início do julgamento que investiga tentativas de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro, aumentando as tensões no cenário eleitoral. João Feres Júnior, doutor em Ciência Política, observa que os partidos de direita que compõem atualmente o governo demonstram preocupações em relação ao enfraquecimento eleitoral, especialmente em meio à polarização entre o PL e o PT, os principais concorrentes ao poder. Para Feres, essa saída é uma tentativa dos partidos de se revitalizarem politicamente, ao se alinhar com o bolsonarismo, uma força que, nas últimas eleições, conseguiu mobilizar milhões de votos, favorecendo candidatos menos conhecidos.

Com 109 representantes na Câmara, a Federação União-PP se posiciona como a maior bancada, enquanto no Senado conta com 14 parlamentares. A cientista política Michelle Fernandez, da Universidade de Brasília, ressalta que essa manobra também está ligada à preparação para as eleições gerais de 2026. Muitos políticos teriam sido orientados a romper vínculos com o governo para consolidar suas posições na oposição, buscando um espaço significativo na corrida eleitoral.

No comunicado oficial sobre a saída, a Federação frisou que essa decisão é essencial para manter a transparência e a coerência política, um aspecto que, segundo os partidos, é vital para atender às expectativas dos eleitores. A solicitação de afastamento dos ministros ligados a essas legendas na Esplanada é um reflexo desse movimento.

Ao mesmo tempo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, enfatizou a necessidade de compromisso dos que decidirem permanecer no governo, prioritariamente em relação às pautas que estão em tramitação no Congresso.

Para a direita, a saída de Bolsonaro da cena política gera uma pressão crescente na disputa por seu “espólio” de votos. A mobilização para a aprovação da anistia a condenados por tentativa de golpe de Estado é uma estratégia de grupos que buscam reavivar a influência de Bolsonaro, já que seu retorno ao cenário político pode reorganizar e unir a direita, diminuindo a competição entre as facções.

Além disso, a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na busca de apoio por essa anistia é vista como uma tentativa de captar os votos bolsonaristas. No entanto, especialistas alertam que ele pode enfrentar desafios para se consolidar como um candidato de consenso dentro da direita, o que adiciona mais complexidade ao já multifacetado quadro eleitoral brasileiro.

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