Essa é a maior quantidade de candidaturas únicas registrada nas últimas sete eleições desde o ano 2000, conforme aponta a CNM. O presidente da confederação, Paulo Ziulkoski, destacou que os desafios enfrentados por aqueles que buscam se candidatar em pequenos municípios podem desencorajar a participação na disputa eleitoral.
As dificuldades vão desde a falta de recursos financeiros e de apoio técnico até questões burocráticas e entraves jurídicos que tornam a vida pública muito penosa nas prefeituras menores. Os municípios com candidato único têm em média 6,7 mil habitantes, com destaque para os estados do Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso, que concentram o maior número de candidaturas únicas.
Além disso, o total de candidaturas nesta eleição sofreu uma redução de 20%, passando de 19,3 mil em 2020 para 15,4 mil em 2024. Por outro lado, o número de municípios com até dois candidatos ao cargo de prefeito aumentou, chegando a 53% das cidades brasileiras, conforme levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).
No entanto, a assessora política do Inesc, Carmela Zigoni, alerta que a falta de representatividade e de opções de escolha pode comprometer a diversidade de ideias e propostas políticas para a melhoria das cidades. Com a predominância de candidatos homens (88%), brancos (74%) e de partidos de direita (57%) nas candidaturas únicas, a polarização política entre esquerda e direita não se reflete da mesma forma nas eleições municipais.
Por fim, a CNM destaca que a ocupação mais comum entre os candidatos únicos é a de prefeito (47%), seguida por empresário (11%) e agricultor (7%). Os partidos MDB, PSD, PP e União concentram a maioria das candidaturas únicas, enquanto o PT e o PL possuem uma representatividade menor nesse cenário eleitoral.