Além de Zambelli, a Comissão também solicitou o RIF e quebrou os sigilos telefônico e telemático de Bruno Zambelli, irmão da deputada e deputado estadual de São Paulo, e de Renan César Silva Goulart, assessor parlamentar de Carla Zambelli. A parlamentar está sendo investigada pela Polícia Federal devido à invasão do sistema interno do Judiciário. O hacker responsável pela invasão, Walter Delgatti Neto, afirmou recentemente que recebeu R$ 40 mil de Zambelli para realizar o ataque, acusação que a deputada nega veementemente.
Além dos envolvidos citados acima, várias outras pessoas e empresas também tiveram seus sigilos quebrados pela CPMI. Esses indivíduos e entidades foram apontados pela Advocacia-Geral da União (AGU) como financiadores dos atos golpistas de janeiro.
Além das quebras de sigilo, a CPMI também aprovou diversas convocações. O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi convocado pela segunda vez para depor na Comissão. Além dele, o tenente-coronel Osmar Crivelatti, que também trabalhou como ajudante de ordens de Bolsonaro, e o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PM/DF), Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-comandante responsável pelas escalas de militares do DF no dia 8 de janeiro, foram convocados.
Outros militares investigados pela suposta participação nos atos de janeiro também foram convocados e tiveram seus sigilos quebrados. Entre eles estão o sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, acusado de movimentações financeiras atípicas; o coronel da reserva do Exército Marcelo de Costa Câmara, acusado de articular reuniões com servidores do Ministério da Defesa; o general da reserva do Exército Ridauto Lúcio Fernandes; o brigadeiro Antônio Ramirez Lorenzo, ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça de Bolsonaro; o coronel do Exército Marcelo Gonçalves de Jesus; o coronel Aginaldo de Oliveira; e o segundo-tenente Osmar Crivelatti, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A CPMI também quebrou os sigilos telemático e telefônico de Luís Carlos Reischak Júnior e Djairlon Henrique Moura, ex-diretores da Polícia Rodoviária Federal (PRF), bem como de Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça no governo Bolsonaro.
As decisões da CPMI foram alvo de disputa entre a oposição e a base governista. O senador Marcos Rogério (PL-RO) questionou a lista de requerimentos aprovados, alegando que ela foi “desproporcional”, já que apenas seis requerimentos da oposição foram apreciados. Por outro lado, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) afirmou que a base governista aprovou apenas cinco requerimentos, sendo os demais propostos pela relatora. O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), ressaltou que tem levado em conta os requerimentos da oposição e que colocou em votação seis dos 12 pedidos que recebeu.
A CPMI continua seu trabalho de investigação e as quebras de sigilo e convocações aprovadas na última quinta-feira contribuirão para a elucidação dos fatos ocorridos em janeiro.