Um dos pontos mais questionáveis das novas normas é a permissão para alegações de doenças mentais ou anormalidades com base em gênero ou orientação sexual, bem como discursos políticos e religiosos sobre temas sensíveis como transgenerismo e homossexualidade. Além disso, a empresa permite conteúdos que defendem limitações baseadas em gênero para empregos militares, policiais e de ensino, desde que fundamentados em crenças religiosas.
A Meta também aborda a utilização de linguagem específica de sexo ou gênero em discussões sobre acesso a espaços como banheiros, escolas e cargos de trabalho, assim como em grupos de saúde ou apoio. O texto destacou que, em situações de separações amorosas, xingamentos a um gênero são comuns e as políticas da empresa visam dar espaço a esse tipo de discurso.
No entanto, a empresa ressalta que em certos casos pode permitir conteúdo que não siga os padrões da comunidade, desde que seja caracterizado como sátira. Essas mudanças foram vistas como uma resposta às exigências do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem pressionado por mudanças no funcionamento das redes sociais.
As normas da Meta têm sido duramente criticadas por autoridades e entidades civis. O presidente Lula anunciou a realização de uma reunião para discutir as novas regras da empresa, argumentando que cada país deve ter sua soberania respeitada. A Advocacia-Geral da União (AGU) declarou que o Brasil não é uma “terra sem lei” e irá agir contra as mudanças na política de moderação de conteúdo que possam afetar a democracia ou violar as leis brasileiras.
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) também se manifestou, protocolando uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra a Meta. A entidade ressaltou a importância de o estado brasileiro tomar medidas diante dessas mudanças que possam impactar negativamente a comunidade.