Neste ano, a organização decidiu que a marcha teria como tema principal o “desfile para adiar o fim do mundo”, fazendo menção à obra “Ideias para adiar o fim do mundo” do renomado pensador indígena Ailton Krenak. Os manifestantes partiram do Pateo do Collegio, um complexo histórico e cultural que abriga o Museu das Favelas, e seguiram em direção ao Ministério Público de São Paulo.
Durante o percurso, os participantes, que incluíam militantes de diversos grupos e movimentos sociais como o MTST, entoaram palavras de ordem contra a atuação de políticos locais, como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o governador Tarcísio de Freitas. Além disso, as lideranças presentes abordaram temas sensíveis como a violência policial e a manipulação da história do período da ditadura.
Uma presença ilustre no evento foi a do ex-ministro José Genoino, que fez questão de ressaltar a importância de questionar a narrativa imposta pelos militares no golpe de 1964. Genoino afirmou que a escolha da data de 31 de março foi proposital, para evitar qualquer associação com o Dia da Mentira, que é comemorado em 1º de abril.
O pesquisador tupinambá Casé Angatu também fez uma reflexão forte durante o evento, destacando a vulnerabilidade dos indígenas do sul da Bahia e afirmando que a ditadura no Brasil começou muito antes de 1964, com a chegada dos colonizadores.
O Cordão da Mentira é um evento importante para manter viva a memória das lutas pela democracia no Brasil, relembrando as duas ditaduras que o país enfrentou e celebrando o processo de redemocratização iniciado nos anos 80. A galeria de fotos do evento está disponível para aqueles que desejam conhecer mais sobre essa manifestação histórica e significativa.