“A Humanidade não quer mais seis por um. É preciso inventar um jeito de ter uma outra jornada de trabalho, mais flexível, porque as pessoas querem ficar mais em casa. As pessoas querem cuidar mais da família”, declarou o presidente. Ele ressaltou que a sua proposta não é apenas uma questão de conveniência, mas também uma resposta a um desejo crescente entre os trabalhadores, especialmente a juventude, que anseia por melhores condições de vida que permitam maior equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Este tema já havia sido abordado por Lula em sua mensagem durante o Dia do Trabalho, em 1º de maio, quando pediu um aprofundamento das discussões acerca do modelo 6×1. Recentemente, ao lançar um programa de transferência de renda para os afetados pelo rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, Lula reiterou a pressão que o formato de jornada exerce sobre os trabalhadores, que frequentemente precisam se levantar antes do amanhecer e retornar para casa já à noite, seis dias na semana.
Ele convocou o governo a intensificar pesquisas sobre esse tema, mencionando a colaboração com universidades e organizações internacionais do trabalho para buscar alternativas viáveis, que garantam mais mobilidade e qualidade de vida aos trabalhadores brasileiros.
A discussão sobre a jornada 6×1 vem ganhando força no Brasil, especialmente após manifestações que recentemente ocorreram em várias cidades, demandando o fim desse regime de trabalho. Entretanto, no Congresso Nacional, a Proposta de Emenda à Constituição que visa abolir a jornada 6×1 encontra resistência e ainda não teve progresso significativo. Embora algumas lideranças do governo a considerem uma prioridade, setores empresariais frequentemente argumentam que essa mudança poderia acarretar aumento nos custos operacionais. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é um dos grupos que tem defendido essa posição, ressaltando a necessidade de cautela na implementação de qualquer nova legislação que afete as relações de trabalho no país.