Lula destacou que a apresentação das atas é um passo essencial para resolver as disputas políticas no país vizinho. Ele explicou que esse procedimento é necessário para que, caso haja dúvidas, a oposição possa recorrer e esperar que a Justiça tome uma decisão final. “É normal que tenha uma briga. Como é que vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso e vai esperar a Justiça tomar o processo. E aí vai ter uma decisão que a gente tem que acatar”, esclareceu.
O presidente brasileiro manifestou confiança na normalidade do processo eleitoral venezuelano. “Eu estou convencido de que é um processo normal, tranquilo. O que precisa é que as pessoas que não concordem tenham o direito de se expressar, tenham o direito de provar que não concordam. E o governo tem direito de provar que está certo”, opinou Lula.
A preocupação com a transparência e a autenticidade do pleito foi compartilhada por outros líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Na tarde de hoje, Lula e Biden discutiram a situação da Venezuela por telefone, sublinhando a necessidade da divulgação das atas eleitorais pelo CNE. De acordo com a Casa Branca, Biden agradeceu a Lula por sua liderança na região e ambos os presidentes reforçaram a importância de uma publicação imediata e detalhada dos dados eleitorais.
A eleição venezuelana resultou na vitória de Nicolás Maduro, que obteve 51,21% dos votos contra 44% do candidato Edmundo González, conforme os resultados anunciados pelo CNE. No entanto, alguns setores da oposição, entidades internacionais e países questionam a lisura do processo eleitoral e solicitam a publicação das atas para que a votação possa ser auditada. Maduro, por sua vez, acusa a oposição e outros países de estarem promovendo um suposto golpe de Estado contra seu governo.
“O resultado das eleições venezuelanas representa um momento crítico para a democracia no hemisfério”, afirmaram Lula e Biden, que se comprometeram a manter uma coordenação estreita sobre a questão. A tensão em torno das eleições na Venezuela continua, e a comunidade internacional permanece atenta à resolução deste conflito político.