Durante a entrevista concedida à Rádio Diário FM, de Macapá (AP), Lula destacou a importância de realizar pesquisas prévias antes de iniciar a exploração, afirmando que é necessário verificar se há petróleo e qual a quantidade presente no local. O presidente ainda ressaltou que é essencial que o Ibama autorize a Petrobras a realizar a pesquisa, para então discutir a possibilidade de exploração.
A Margem Equatorial, que engloba cinco bacias em alto-mar entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, tem sido palco de debates e negociações em relação à exploração de petróleo. Em maio de 2023, o Ibama negou a licença para prospecção marítima na Bacia da Foz do Amazonas, alegando inconsistências técnicas que impossibilitariam uma operação segura na nova área exploratória.
Para Lula, a Petrobras é uma empresa responsável e com vasta experiência na exploração de petróleo em águas profundas. O presidente enfatizou que todos os procedimentos necessários serão seguidos para garantir que não haja danos ao meio ambiente, destacando a importância da exploração como fonte de recursos para a tão desejada transição energética.
O Plano Estratégico da Petrobras para o período de 2024 a 2028 prevê investimentos significativos e a perfuração de 16 poços em toda a extensão da Margem Equatorial. No entanto, até o momento a empresa só tem autorização para perfurar dois poços na Bacia Potiguar, no litoral do Rio Grande do Norte. O Ibama solicitou informações adicionais à Petrobras em relação ao processo de licenciamento na Foz do Amazonas, buscando mais detalhes para garantir a segurança das operações.
Desde a década de 80, a Margem Equatorial brasileira tem sido alvo de pesquisas em busca de novas reservas de petróleo. A descoberta de grandes volumes de petróleo na Bacia Guiana Suriname em 2015 despertou o interesse de investidores em explorar as bacias sedimentares análogas, em busca de aumentar a produção nacional de fontes de energia fóssil.