Durante seu discurso, Lula enfatizou a responsabilidade do governo em efetivar as ações prometidas e instou seus ministros a garantirem que estas se concretizem. Ele destacou a complexidade do trabalho de recuperação, mencionando a necessidade de planejamento detalhado para reverter os danos. “Recuperar a bacia não é simples como plantar uma árvore. Precisamos de um conjunto de tarefas especiais para determinar como vamos avançar”, alertou o presidente.
Essas iniciativas incluem o início de pagamentos de assistência financeira a agricultores familiares e pescadores afetados pela tragédia, com valores que totalizarão 1,5 salário mínimo, estendendo-se por 36 meses. O investimento total previsto para essas famílias atinge R$ 3,7 bilhões nos próximos quatro anos, abrangendo aproximadamente 37 mil lares. Além disso, foi anunciada a construção de um hospital universitário em Mariana, com um investimento de R$ 170 milhões, que prestará serviços em média e alta complexidade.
O governo também firmou parcerias com entidades para assegurar assistência técnica independente, buscando promover a inclusão social nas comunidades impactadas. Paralelamente, foi lançado um edital para a seleção de representantes da sociedade civil que integrarão um novo Conselho Federal de Participação Social, cujo papel será monitorar a execução das ações e deliberar sobre projetos comunitários.
A barragem, que pertencia à mineradora Samarco, provocou um dos piores desastres ambientais do país, deixando um rastro de destruição que se estendeu por 633 quilômetros e tirou a vida de 19 pessoas. O novo acordo, assinado em outubro de 2024, preveem R$ 132 bilhões para reparação, sendo R$ 100 bilhões oriundos de novos recursos a serem pagos pelas empresas envolvidas por um prazo de até 20 anos.
No entanto, a insatisfação persiste entre os afetados, conforme apontado por representantes das vítimas. O Programa Indenizatório Definitivo é criticado por seus valores considerados insuficientes para cobrir as perdas. Além disso, muitos ainda aguardam reparação, destacando a urgência de uma resposta efetiva às suas demandas. A busca por justiça continua, e as vozes daqueles que sofreram as consequências da tragédia permanecem ativas na luta por uma reparação justa e digna.