“Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva em um deputado francês que hoje achincalhou os produtos brasileiros. Porque nós vamos fazer o acordo do Mercosul, nem tanto pela questão de dinheiro, nós vamos fazer porque eu estou há 22 anos nisso e nós vamos fazer”, declarou o presidente sobre as negociações que se arrastam desde 1999 e necessitam da ratificação dos parlamentos de todos os países envolvidos para entrar em vigor.
Lula já criticou em diversas ocasiões o protecionismo europeu, especialmente da França, que enfrenta pressão de seus produtores agrícolas. O presidente enfatizou que a Comissão Europeia terá a palavra final sobre o acordo e reiterou seu compromisso em assiná-lo ainda este ano, durante sua participação no Encontro Nacional da Indústria, em Brasília.
Na terça-feira (26), a Assembleia Nacional da França rejeitou a celebração do acordo Mercosul-UE e questionou a qualidade, rastreabilidade e padrões sanitários da carne brasileira. As críticas dos parlamentares franceses desencadearam uma controversa decisão do presidente do Carrefour na França, que prometeu não vender mais carne dos países do Mercosul nos mercados franceses, gerando indignação dos produtores brasileiros e resultando em um movimento de boicote ao grupo francês no Brasil.
Apesar dos conflitos comerciais, o presidente do Carrefour na França emitiu um pedido de desculpas e reconheceu a qualidade da carne brasileira. A expectativa é que o tratado de livre comércio entre Mercosul e UE seja anunciado durante a Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, nos dias 5 e 6 de dezembro, com a presença de Lula.
Além disso, Lula ressaltou o interesse em expandir as relações comerciais do Brasil com outros países, buscando novas parcerias em mercados “ascendentes” e aproveitando acordos estratégicos, como o firmado com a China. O presidente convidou os industriais brasileiros a se juntarem a uma comitiva em busca de investimentos e parcerias na Índia, enfatizando a importância de pensar grande para o desenvolvimento do país.
Portanto, as negociações entre Mercosul e UE e as estratégias de ampliação do comércio exterior brasileiro sob a liderança de Lula têm gerado expectativas e implicações significativas no cenário internacional, destacando o papel do Brasil como protagonista nas relações comerciais globais.