Após anos de divergências políticas, algumas das principais lideranças políticas de Alagoas concordaram em unir esforços para buscar soluções para os problemas enfrentados por milhares de moradores da região metropolitana de Maceió em decorrência do afundamento do solo causado pela extração de sal-gema por empresas privadas.
O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), e o prefeito da capital alagoana, João Henrique Caldas (PL), aceitaram a proposta de trégua do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante um encontro que aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, informou que o presidente convocou a reunião para estabelecer uma governança da situação e encontrar soluções e medidas que atendam à população.
O encontro contou com a participação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), do senador Renan Calheiros, do ministro dos Transportes, Renan Filho, e de parlamentares alagoanos. Apesar de serem adversários políticos, eles se comprometeram a deixar de lado disputas políticas em prol do interesse da população, buscando solucionar a situação.
A responsabilidade pelo afundamento do solo começou em 1976, quando a empresa Salgema começou a extrair sal-gema no Pontal da Barra, em Maceió. Após fusões e mudanças de nome, a empresa evoluiu para a Braskem, que continuou extraindo sal-gema até maio de 2019. A empresa é atualmente cobrada por uma solução técnica imediata para o problema.
Além disso, foi mencionada a possível corresponsabilidade da estatal Petrobras, segunda maior acionista da Braskem, no entanto o ministro afirmou que a responsabilidade é da empresa e que ela arcará com suas responsabilidades. A questão foi ressaltada como um exemplo a ser levado em consideração em futuras licenças de funcionamento e reforçou a necessidade de ações técnicas para evitar desastres ambientais no futuro.
Nas redes sociais, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, declarou que iria a Brasília para cobrar os investimentos prometidos para a cidade e que é hora de unir esforços para que os culpados pelo crime ambiental sejam punidos.
Com a união das lideranças políticas, espera-se que medidas efetivas sejam tomadas para resolver os problemas enfrentados pela população alagoana, demonstrando a importância do trabalho conjunto e da priorização dos interesses da comunidade acima das divergências políticas.