POLÍTICA –

Governo e Oposição Chegam a Acordo em CPMI para Investigar Fraudes de R$ 6,3 Bilhões no INSS

Na última terça-feira, a oposição e o governo chegaram a um consenso significativo ao aprovar o plano de trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O escândalo, que envolve desvios que chegam a impressionantes R$ 6,3 bilhões, promete ocupar a pauta do Congresso nos próximos meses. O deputado Duarte Jr. (PSB-MA) foi eleito vice-presidente da comissão, reforçando o tom colaborativo que tem nortedado as discussões até aqui.

O plano de trabalho, que foi aprovado por votação simbólica, delimita as investigações a eventos que ocorreram a partir de 2015, abrangendo os mandatos de quatro presidentes: Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Essa delimitação temporal, segundo o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), é crucial para garantir a segurança jurídica e a celeridade das investigações, evitando incertezas que poderiam adiar os processos.

Neste primeiro momento, foram apresentados mais de 950 requerimentos, incluindo pedidos de quebra de sigilos e convocações de ex-ministros da Previdência, presidentes do INSS, diretores de benefícios e representantes das entidades associativas envolvidas nas irregularidades. A CPMI planeja ouvir, na próxima sessão, o delegado da Polícia Federal Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, que lidera as investigações atuais. Essa audiência está prevista para quinta-feira (28).

Uma das figuras centrais convocadas é Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, ambos suspeitos de atuarem como operantes no esquema fraudulento.

A abrangência das investigações já gera expectativas entre os membros da CPMI. O presidente da Comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), assegurou que todos os governos que compuseram o período beneficiado pelas fraudes serão alvo de apuração. A CPMI se propõe a investigar meticulosamente todos os envolvidos nos desvios, independentemente de suas afiliações políticas.

O trabalho da comissão está organizado em seis eixos temáticos, incluindo a identificação do modus operandi das fraudes, a responsabilização dos envolvidos, e a análise do impacto das ações fraudulentas nas vítimas e no erário. Um dos focos será, inclusive, o caminho do dinheiro desviado, visando identificar e punir os verdadeiros beneficiários do esquema.

A colaboração entre diferentes forças políticas na condução da CPMI tem sido vista como um sinal encorajador, mas a busca pela verdade no intuito de responsabilizar os implicados será um desafio a ser superado. O desenho do plano de trabalho, elaborado para investigar não só os crimes mas também falhas institucionais que permitiram seu crescimento, revela um comprometimento com a transparência e a eficácia na luta contra a corrupção no Brasil.

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