O arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, destacou que aproximadamente 40 mil pessoas presentes durante as festividades eram romeiros, viajando, muitas vezes, a pé para cumprir promessas ou realizar pedidos a Nossa Senhora. Em sua homilia, no dia da festa, o arcebispo fez um apelo aos novos representantes eleitos, pedindo que apoiem legislações que beneficiem os mais vulneráveis. O discurso, que ressoou na missa das 8h, foi prestigiado pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin.
Dom Orlando ressaltou a invisibilidade a que muitos pobres são submetidos, clamando por uma maior sensibilidade por parte daqueles que ocupam cargos públicos. “Que a Mãe Aparecida nos ajude a construir um país onde as leis favoreçam o povo de Deus”, afirmou, provocando aplausos entusiásticos entre os presentes. O arcebispo também abordou as crescentes desigualdades sociais no Brasil, pedindo a intercessão de Nossa Senhora para uma sociedade mais justa.
Ele expressou duas esperanças: a diminuição da pobreza e a redução das desigualdades sociais, enfatizando que somente assim poderemos experimentar a verdadeira paz e convivência harmônica. O apelo à justiça social não se limitou às celebrações em Aparecida; no dia seguinte, durante uma reunião no Vaticano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva relatou ao Papa Leão XIV a importância de unir a fé ao combate à desigualdade, ressaltando a necessidade de um movimento indignado contra as injustiças sociais.
A Festa da Padroeira em Aparecida não foi apenas uma celebração da fé católica, mas também uma clara manifestação da busca por justiça social e um chamado à ação para todos os que têm poder de mudança no país.