Flávio Dino mencionou em um ofício enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos Golpistas (CPMI) que a Força Nacional precisa da anuência do governador do Distrito Federal, sob pena de violar “o princípio da autonomia estadual”. Além disso, o ministro ressaltou que já havia acordado com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal que a Força Nacional atuaria apenas na segurança do Palácio da Justiça e na sede da Polícia Federal.
Entretanto, a Polícia Federal sugeriu, através de um ofício, que a Força Nacional fosse autorizada a atuar devido à presença de caravanas com manifestantes na capital que pretendiam “tomar o poder”. Flávio Dino atendeu à sugestão e publicou uma portaria autorizando o emprego da Força Nacional às 19h11 do dia 7 de janeiro, comunicando imediatamente o Governo do Distrito Federal.
Porém, de acordo com um ofício do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, enviado por Flávio Dino à CPMI, a autorização para o uso da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios só foi dada às 17h29 do dia 8 de janeiro, quando os prédios já estavam invadidos pelos manifestantes.
Flávio Dino afirmou, no mesmo ofício, que agiu de acordo com a decisão do STF e que não poderia cometer abuso de autoridade confrontando essa decisão. Ele classificou como fantasiosa e esdrúxula a menção à “omissão”, argumentando que todas as providências cabíveis foram tomadas no tempo adequado.
Essa justificativa do ministro da Justiça foi refutada pela oposição. Para o senador Sérgio Moro, a decisão do STF em relação à necessidade de autorização do governo local não poderia ser estendida à Esplanada dos Ministérios, uma vez que a decisão se referia ao uso da Força Nacional na Bahia. Já o deputado federal Rogério Correia defendeu que a oposição busca transferir a responsabilidade pelo ocorrido para o governo federal, alegando que foram grupos bolsonaristas que tentaram realizar um golpe.
Em suma, a utilização da Força Nacional na Esplanada dos Ministérios nas manifestações de 8 de janeiro gerou questionamentos e divergências de opinião. Flávio Dino defendeu sua posição baseando-se na decisão do STF e nas autorizações que foram solicitadas e concedidas. Porém, a oposição discordou desses argumentos, buscando responsabilizar o governo federal pelos acontecimentos.