O comércio bilateral entre Brasil e China já atinge a marca de aproximadamente US$ 160 bilhões, um número que a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos considera promissor para o fortalecimento das relações econômicas. O Palácio do Planalto destacou que os recentes entendimentos podem ampliar ainda mais os investimentos chineses no Brasil, prevendo, por exemplo, o aporte de US$ 1 bilhão na produção de combustível renovável para aviação, originado da cana-de-açúcar, além da criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em energia renovável.
Em seu discurso durante o encerramento do fórum, Lula ressaltou que a relação entre Brasil e China é distinta, caracterizada por um compromisso mútuo de combater o empobrecimento que afetou ambos os países. Ele citou como exemplos o sucesso da China em tirar 800 milhões de pessoas da pobreza em quatro décadas e o apelo do Brasil em resgatar 54 milhões de brasileiros da fome em um período de dez anos.
O presidente também destacou a postura conjunta dos dois países como “parceiros estratégicos e atores indispensáveis” diante de um cenário geopolítico atual que enfrenta tendências protecionistas, sobretudo em relação às políticas comerciais dos Estados Unidos. Para Lula, a continuidade na redução das barreiras comerciais é essencial, almejando uma maior integração entre as economias dos dois países.
Ele mencionou ainda as sinergias estabelecidas em setembro do ano passado com o presidente chinês Xi Jinping, enfatizando que os frutos desse trabalho já são visíveis em várias iniciativas. Entre os destaques estão um Centro Virtual de Pesquisa e Desenvolvimento em Inteligência Artificial e parcerias voltadas para ampliação do acesso à internet em áreas remotas do Brasil.
Por último, Lula abordou a necessidade de investimentos em educação e formação profissional, argumentando que os avanços tecnológicos requerem uma base sólida de profissionais qualificados. O presidente observou que o Brasil não pode se contentar em ser um mero exportador de commodities; ao contrário, deve investir na geração de conhecimento e na formação de engenheiros para ser competitivo no mercado global, especialmente diante da crescente influência da tecnologia na economia.