POLÍTICA – “Câmara dos Deputados votará projetos de minirreforma eleitoral para as eleições municipais de 2024 ainda esta semana”

O sistema eleitoral brasileiro está passando por mais alterações para as eleições municipais de 2024, na chamada minirreforma eleitoral. Dois projetos de lei serão votados na Câmara dos Deputados nesta semana, provavelmente na quarta-feira (13). O deputado federal Rubens Júnior (PT-MA), relator das medidas em um grupo de trabalho formado para consolidar as propostas mais consensuais, foi quem divulgou a informação.

Júnior afirmou que o objetivo das alterações é realizar pequenos ajustes em um sistema eleitoral que já é bom. “Esse foi o objetivo que nos debruçamos nesse trabalho”, disse o deputado em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (11), momentos antes de se reunir com o grupo de trabalho para consolidar as propostas.

Para que as mudanças tenham validade nas eleições municipais de 2024, a minirreforma precisa ser aprovada até o dia 6 de outubro, tanto na Câmara quanto no Senado, além de ser sancionada pelo presidente da República. Caso seja aprovada na Câmara nesta semana, o Senado ainda terá cerca de três semanas para concluir a tramitação.

A inclusão dos projetos na pauta de votação na quarta-feira dependerá da decisão do Colégio de Líderes, que se reunirá nesta terça-feira (12). No mesmo dia, o plenário precisará aprovar um pedido de urgência para que o texto seja votado.

Segundo Júnior, serão apresentados dois projetos de lei: um que altera regras previstas em lei ordinária, que requer maioria simples para aprovação, e outro que modifica lei complementar, que exige maioria absoluta para aprovação.

O parecer do deputado não incluirá proposta de anistia a partidos políticos pelo não cumprimento das cotas para mulheres e negros, nem o retorno do financiamento empresarial de campanhas. Esses assuntos estão sendo discutidos por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC).

A minirreforma eleitoral aborda diversos temas, como o funcionamento das federações partidárias, simplificação na prestação de contas e regras da propaganda eleitoral. O parecer também prevê um prazo antecipado para registro de candidaturas, a fim de permitir que a Justiça Eleitoral tenha mais tempo para julgar os candidatos antes das eleições.

Além disso, o texto possibilitará o uso do Pix para doações eleitorais, a abertura de contas digitais e a ampliação da tipificação de violência de gênero, incluindo a responsabilização de dirigentes partidários, visando combater fraudes e candidaturas laranjas.

Outra mudança proposta é a unificação do prazo de desincompatibilização de cargos públicos para concorrer a cargos eleitorais, fixando-o em seis meses. Atualmente, esse prazo pode variar de acordo com o cargo público ocupado pelo candidato.

No entanto, o tema mais polêmico discutido na minirreforma é o das “sobras eleitorais”. Atualmente, as cadeiras nas Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas e Câmara dos Deputados são preenchidas pelos partidos ou federações que alcançam o quociente eleitoral, ou seja, o número mínimo de votos para ocupar uma vaga. Contudo, ainda existem cadeiras que não são preenchidas.

Essas sobras são preenchidas pelos partidos que obtêm pelo menos 80% do quociente eleitoral e pelos candidatos com um número mínimo de votos de 20% desse quociente. No entanto, a proposta no parecer é que apenas os partidos ou federações que alcançarem 100% do quociente eleitoral e, ao mesmo tempo, os candidatos que obtiverem 10% dos votos individuais desse quociente possam participar das sobras.

Essas alterações são parte de um esforço para aprimorar o sistema eleitoral brasileiro, garantindo transparência, eficiência e maior representatividade política. A expectativa é que os projetos de lei sejam aprovados dentro do prazo para que as mudanças possam ser aplicadas nas eleições municipais de 2024.

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