POLÍTICA – Brasil busca alternativa ao dólar em meio a tarifação dos EUA, afirma Lula durante convenção do PT, destacando necessidade de negociações e respeito às suas pretensões comerciais.

Neste último domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância de o Brasil buscar alternativas ao dólar para o comércio internacional, em resposta ao tarifário de 50% imposto pelos Estados Unidos nas exportações brasileiras. Lula afirmou que essa taxa afeta cerca de 36% das vendas externas do Brasil para o país norte-americano, provocando um alerta sobre a dependência do Brasil em relação à moeda americana. Durante seu discurso, o presidente enfatizou que não pretende se submeter às imposições do dólar, ressaltando a necessidade de construir um mecanismo monetário alternativo que possibilite negociações mais favoráveis.

Embora os Estados Unidos não tenham mencionado explicitamente a ideia de que a substituição do dólar no comércio global justifique as tarifas, especialistas sugerem que essa discussão em fóruns como o Brics poderia ter influenciado as decisões tomadas pela administração de Donald Trump. Durante a Cúpula do Brics, realizada no início de julho no Rio de Janeiro, Trump fez críticas diretas ao bloco, insinuando que retaliará países que optem por aceitar moedas alternativas aos dólares em suas transações.

Lula, em uma convenção do Partido dos Trabalhadores (PT), argumentou que o Brasil não está desafiando os EUA, mas sim defendendo seus interesses estratégicos. Ele afirmou que o país não deve ser tratado como uma “republiqueta” e que busca negociar em uma base de igualdade. O presidente reconheceu a grandeza dos EUA, mas pediu respeito ao Brasil, um país com interesses legítimos no cenário econômico global. Ele rejeitou a ideia de que a imposição de tarifas representaria uma solução aceitável para questões políticas entre nações.

Além disso, Lula reiterou que o governo se mantém aberto ao diálogo com os EUA, reconhecendo que, embora o Brasil tenha diversificado suas relações comerciais e não dependa mais tanto dos Estados Unidos, a diplomacia deve ser preservada. Ele indicou que propostas para resolver a questão das tarifas já foram apresentadas por membros de sua equipe. O presidente finalizou sua fala reafirmando o compromisso em proteger os trabalhadores e as empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço, enquanto aguarda a abertura para negociações com a Casa Branca.

Após a implementação da tarifa, autoridades norte-americanas se mostraram dispostas a iniciar diálogos, e, nos próximos dias, o governo brasileiro deve anunciar um pacote de medidas com novas linhas de crédito para ajudar as empresas impactadas. A busca por soluções diplomáticas e comerciais continua a ser uma prioridade do governo Lula, que vislumbra um Brasil mais autônomo e respeitado no contexto internacional.

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