O enfrentamento entre grupos de socialistas, anarcossindicalistas, comunistas e democratas contra os integralistas da Ação Integralista Brasileira (AIB) foi decisivo para os rumos da política nacional na época, sob a presidência de Getúlio Vargas. A manchete do jornal “Jornal do Povo” na ocasião ficou conhecida por afirmar que “Um integralista não corre: voa”.
O historiador marxista Eric Hobsbawn, em seu livro “A era dos extremos”, destaca a importância dos movimentos políticos do século passado, marcado por experimentos políticos extremos em todo o mundo. O fascismo de Hitler e Mussolini na Europa, e o socialismo de Stálin na antiga União Soviética, foram alguns dos principais destaques desse período.
O sociólogo Fabio Mascaro Querido, em entrevista à Agência Brasil, destacou a relevância da Batalha da Sé como um dos acontecimentos mais emblemáticos do antifascismo brasileiro. Ele ressaltou que a ação direta dos diferentes grupos políticos contribuiu para enfraquecer a AIB e impedir a aceleração do processo de instauração de um regime autoritário por parte de Vargas.
Mascaro também discutiu as diferenças entre o integralismo brasileiro e o fascismo europeu, destacando a nacionalização do movimento no Brasil e a relação com o discurso modernizante da época. Além disso, ele analisou a ascensão do extremismo de direita na atualidade, apontando que a extrema-direita contemporânea joga nos limites das regras democráticas, mas ainda não busca a construção de um novo sistema social.
Por fim, o sociólogo abordou a preocupação com a nova onda reacionária global, destacando a necessidade de combater as ideias extremistas e apresentar uma alternativa credível contra o discurso da extrema-direita. Ele também ressaltou a necessidade de compreender a insatisfação que impulsiona o crescimento do extremismo, a fim de oferecer uma solução eficaz para os desafios contemporâneos.