Lula destacou que o processo de negociação tem se arrastado por cerca de dez anos, com diversas tentativas de acordo, decisões judiciais e falta de cumprimento por parte da Vale, uma das acionistas da Samarco. O presidente expressou esperança de que a nova direção da Vale seja mais comprometida com o desenvolvimento sustentável e o cuidado com o meio ambiente.
Após mais de oito anos da tragédia, as mineradoras e as autoridades não conseguiram chegar a um consenso sobre a reparação dos danos. Um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) foi firmado em 2016 entre o governo federal, os governos de Minas Gerais e Espírito Santo, a Samarco e as acionistas Vale e BHP Billiton, resultando na criação da Fundação Renova para gerenciar mais de 40 programas de recuperação.
No entanto, as negociações atuais visam resolver mais de 80 mil processos judiciais acumulados, que questionam a eficácia e a autonomia da Fundação Renova, os atrasos na reconstrução das comunidades afetadas e os valores indenizatórios insatisfatórios, entre outros temas.
Recentemente, a proposta de reparação integral de R$ 90 bilhões apresentada pelas mineradoras foi rejeitada pela União e Espírito Santo, que defendem compensações que totalizam R$ 109 bilhões. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) também manifestou seu descontentamento em relação à proposta, pedindo uma reparação mais abrangente que considere as necessidades das vítimas e não apenas os interesses das empresas.
Diante da pressão de diversas frentes, incluindo movimentos sociais e autoridades governamentais, a assinatura do novo acordo em outubro será crucial para a resolução dos impactos causados pela tragédia em Mariana e para garantir a justiça às comunidades afetadas.