De acordo com as 376 páginas do relatório final das investigações, a equipe da Polícia Civil era responsável pelas investigações que incriminavam o delator como o assassino do traficante Cara Preta. Gritzbach, no entanto, afirmou que os policiais levaram relógios de luxo dele, se apossaram de um sítio e de dinheiro vivo, envolvendo uma cobrança de R$40 milhões. Além disso, as anotações e planilhas apreendidas na residência de Eduardo Monteiro, na Baronesa Motors, mostraram sua atuação direta na administração e negociação de veículos de luxo importados.
Monteiro alegou em interrogatório que recebia uma pequena participação na concessionária, que não era administrada por ele, e que sofreu prejuízos com o negócio. No entanto, a planilha apreendida revelou um negócio altamente lucrativo para os proprietários, com valores que superaram R$1,4 milhão.
Além disso, Monteiro teve duas sociedades para construção de imóveis de alto padrão e venda de carros esportivos importados, associando-se a um empresário que é filho de um ex-delegado acusado de tortura. O policial civil, citado por Gritzbach como um dos agentes que cometeram ilicitudes na investigação sobre a morte de Cara Preta, teve sua empresa apreendida temporariamente.
A polícia realizou uma operação contra Emílio Carlos Gongorra Castilho, suspeito de ser o mandante do assassinato de Gritzbach. Emílio é ligado ao crime organizado do Rio de Janeiro e teria emprestado dinheiro ao delator. A polícia ainda não confirmou o motivo da ordem de assassinato e até o momento, Emílio não foi localizado.